A primeira geração de Avis: Uma família 'exemplar' (Portugal - Século XV)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Trevisan, Mariana Bonat
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/14278
Resumo: Com a ascensão do bastardo régio D. João (1357-1433), Mestre de Avis, ao trono português no final do século XIV e seu casamento com a nobre inglesa D. Filipa de Lencastre (1360-1415), surgia uma nova dinastia no reino e uma nova família real. Composta pelo casal e seus seis filhos, a primeira geração da dinastia de Avis viria a ser conhecida através dos tempos pela significativa expressão de “Ínclita Geração”. A construção da imagem de uma família “exemplar” remonta ao reinado do fundador e continua ao longo do século XV, com a elaboração de todo um programa legitimador e propagandístico da nova casa real. Através da palavra, expressivamente pela elaboração de um corpo de leis, pela escrita de crônicas régias, tratados técnicos e moralísticos (compostos pelos próprios príncipes de Avis ou por servidores régios), a Casa avisina procurou afirmar seu lugar no trono luso e a incontestabilidade de seu poder. Em meio a um contexto de valorização da família conjugal pela moral cristã, a primeira geração de Avis se identificaria e se faria representar por meio de valores como virtude, devoção, lealdade, honra, amor e concórdia. Atuando na direção de uma monarquia partilhada, a família régia não ficaria incólume a reveses, conflitos e disputas políticas de seu tempo, passando por momentos difíceis que em parte fraturaram sua imagem exemplar ou a de alguns de seus membros. No entanto, a base memorialística constituída pelo casal régio D. João I e D. Filipa se manteria intocada, servindo em diferentes momentos para recuperar a imagem dos ínclitos infantes e mesmo para propagandear os reis seguintes da dinastia.