Doença de Parkinson: avaliação dos custos diretos com o tratamento na perspectiva do paciente e do sistema público de saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Silva, Sávio Luís Oliveira da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/35911
Resumo: O impacto financeiro da Doença de Parkinson na sociedade tem sido discutido amplamente nas últimas décadas e espera-se que aumente no futuro, juntamente com o envelhecimento da população. Contudo, a escassez de estudos de custo da doença no Brasil dificulta a realização de previsões e cálculos de estimativas futuras, prejudicando a avaliação do impacto econômico na vida do indivíduo e nos sistemas de saúde, tanto público quanto privado. O objetivo desta pesquisa é contribuir para a avaliação do custo médio anual com o tratamento da DP entre pacientes que utilizam o Sistema Público de Saúde no Município de Niterói (RJ), baseado nas variáveis de Custo Direto, e diagnosticar se a alocação de recursos públicos com o tratamento contempla tais variáveis. A pesquisa seguiu um desenho de métodos mistos, com dados qualitativos e quantitativos. Os dados qualitativos foram obtidos através de revisão da literatura, baseado no tema central e árvore de palavras-chave desenvolvida a partir deste tema. Os dados quantitativos foram obtidos através de entrevista em uma amostra por conveniência de 54 pacientes, e analisados através de testes não paramétricos devido a rejeição da normalidade dos conjuntos de dados numéricos obtidos. Dentre os principais resultados obtidos, foram identificadas na literatura onze variáveis de Custo Direto com o tratamento da doença, com 84,5% dos custos totais se concentrando em quatro delas (Medicamentos, Internações, Cuidados Domiciliares e Tratamentos Auxiliares). Ao analisar as categorias de custo, foi possível observar que na perspectiva do paciente, o principal gasto é com medicamentos (37,3%), enquanto na perspectiva do sistema público de saúde as internações destacam-se com 45,5% dos custos totais. As variáveis Internações, Cirurgia, Cuidados Domiciliares, Tratamentos Auxiliares e Medicamentos apresentaram correlação de Spearman positiva e significativa com os custos totais. Foi identificada associação estatisticamente significativa entre a idade e o estágio de progressão da doença com os custos totais, através do teste não paramétrico de Kruskall-Wallis. Segundo o teste de Wilcoxon, não houve diferença estatística significativa entre os custos de acordo com as categorias público e privado, o que rejeita a hipótese de pesquisa H1. O custo anual médio total foi estimado em R$ 14.293,66 e calculado a partir da média e do intervalo de confiança de 95% obtidos, ajustados em um modelo linear generalizado com uma distribuição de probabilidade gama e função de ligação logarítmica, em um horizonte temporal retrospectivo de seis meses. Os resultados sugerem que a alocação de recursos do Sistema Público de Saúde contempla as principais variáveis de custo direto envolvidas neste estudo. A estimativa dos custos individuais com o tratamento se mostrou de fundamental importância para o entendimento dos custos totais, e justifica a importância de estudos nessa área, tanto para os pacientes, quanto para os gestores envolvidos nos cuidados a saúde. Os resultados obtidos estão relacionados com a amostra utilizada, não sendo possíveis generalizações teóricas. Sugere-se a replicação deste estudo em uma amostra maior, com possibilidade de generalização dos resultados.