Comportamento do mercúrio em lagoas costeiras urbanas: das mudanças paleoambientais ao balanço de massa (estudo de caso: Lagoa Rodrigo de Freitas)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Loureiro, Daniel Dias
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/6954
Resumo: Este estudo apresenta uma estimativa do balanço de massa de Hg na lagoa costeira urbana que apresenta a maior concentração deste contaminante no litoral do Estado do Rio de Janeiro (Lagoa Rodrigo de Freitas), avaliando as concentrações deste elemento nos sedimentos (superficial e em testemunhos sedimentares), nas águas (da coluna d’água da Lagoa, do canal de ligação com o mar, do rio que drena para lagoa, das galerias pluviais, do escoamento superficial e na chuva) e na biota marinha (macrófitas e peixes). Análises de perfis sísmicos realizadas na lagoa demonstraram a presença de um paleocanal de ligação da lagoa com a Baía de Guanabara. A partir de um testemunho longo (5 m), foram definidas as variações no nível de base de Hg no sedimento, que variou de 70,6 ± 17,2 ng.g-1 no intervalo de profundidade de 80-100 cm e chegando a 187,2 ± 25,4 ng.g-1 no intervalo de 420-440 cm. As principais alterações na dinâmica do Hg devido a eventos naturais (passagem de frentes frias) e antrópicos (dragagem) foram avaliadas. Os resultados indicaram que a passagem das frentes frias contribui para o aporte de Hg devido a lavagem dos solos, ruas e galerias pluviais. Já as alterações no ambiente devido a um evento de dragagem mostraram um aumento dos níveis de Hg no sedimento superficial da Lagoa, apresentando uma atenuação dos valores de concentração ao longo de 2 anos, chegando aos valores iniciais encontrados. Foram quantificadas as entradas antrópica e natural de Hg, bem como os principais fluxos de saída de Hg do sistema, através da sedimentação (1839 ± 611 g.ano-1) e da saída de água pelo único canal de comunicação com o mar (54,4 ± 29,3 g.ano-1). O compartimento que possui maior quantidade de Hg armazenada é o sedimento, e o que a sedimentação é o principal processo de remoção de Hg da coluna d’água. A exportação do Hg pela remoção de biomassa vegetal (macrófitas) e animal (pescado) foi estimada em 1,38 ± 0,03 e 0,47 ± 0,17 g.ano-1, respectivamente, não afetando significativamente o balanço. Os principais processos de entrada de Hg para Lagoa são oriundos dos resíduos sólidos (1005 g.ano-1), águas servidas (174 g.ano-1), consultórios odontológicos (156 g.ano-1) e escoamento superficial (113 ± 85,7 g.ano-1). Os resultados sugerem uma forte acumulação de material na Lagoa, não ocorrendo exportação significativa para o balanço na Lagoa, mas pode representar um risco de contaminação da zona costeira