Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2007 |
Autor(a) principal: |
Santos, Elisamara Sabadini |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Niterói
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/7716
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Resumo: |
O Rio São Francisco (RSF) possui uma cascata de barragens, construídas entre 1975-1994, ao longo do seu médio e médio-baixo curso, que reduziu drasticamente a vazão, o aporte de matéria dissolvida e particulada para a zona costeira e praticamente eliminou o padrão sazonal de descarga fluvial. Este trabalho caracterizou as mudanças ocorridas nas contribuições relativas das diversas fontes terrestres, marinhas e antropogênicas da matéria inorgânica e orgânica sedimentar total no estuário do RSF, em escala espacial (15 amostras superficiais) e temporal (8 testemunhos). A distribuição granulométrica espacial e temporal, predominantemente 64% silte (2-63 μm) e 27% areia fina (63-200 μm), revela o caráter altamente dinâmico da região, além de identificar ambientes mais deposicionais na parte enclausurada do mangue, na margem sul, e em uma pequena enseada fluvial. A quantidade de minerais, metais e matéria orgânica aumentaram com o teor de sedimentos finos (< 63μm). Os minerais de argila restringem-se basicamente a caolinita, ilita, clorita e opalina (medianas respectivas de 29%, 29%, 10% e 11%). A clorita não foi identificada em concentrações significativa em um trabalho realizado na área estudada em 1995, o que indica que a erosão aumentou consideravelmente nos últimos 10 anos. Os perfis da razão caolinita/clorita também revelam a magnificação do processo erosivo estuarino. Todos os metais analisados são basicamente provenientes de uma única fonte litogênica (Formação Barreiras) e o nível de base foi determinado para os metais Fe (0,26 - 4,31 %), Ti (0,06 – 0,52 %), Mn (18 – 257 mg/kg), Cr (10 – 81 mg/kg), Cu (1 – 26 mg/kg), Ni (2 – 29 mg/kg), Pb (4 – 16 mg/kg), Zn (4 – 50 mg/kg). Algumas amostras apresentaram-se pouco enriquecidas em metais, sendo os fertilizantes e pesticidas utilizados na agricultura regional (atividade de maior importância no Baixo RSF) e ração na carcinicultura, as possíveis fontes. Os baixos valores de carbono orgânico (0,02 – 6,74 %), nitrogênio total (0,00 – 0,33 %), fósforo total (18 – 539 μg/g) e razão molar C/N (11 – 45) nos sedimentos refletem a oligotrofia do sistema. As maiores concentrações de metais e de matéria orgânica foram encontradas nos sedimentos finos das regiões enclausuradas e as menores, no horizonte arenoso observado no topo da maioria dos testemunhos. O 13C e o 15N nos sedimentos variaram, respectivamente, de -28,24 e 2,20 ‰ na região do mangue a -20,30 e 8,21 ‰ na pequena enseada fluvial, valores distribuídos entre os sinais isotópicos das três espécies de maior importância na região Elodea sp. (-15,77 e 4,10 ‰), Montrichadia linífera Schott (-26,93 e 5,48 ‰) e Rhizophora mangle (-28,21 e 3,05 ‰). A lignina confirmou esse padrão, evidenciando a contribuição preferencial da origem flúvioterrestre e indicando que a matéria orgânica sedimentada foi pouco degradada. A análise de dados espatial e temporal dos marcadores geoquímicos identifica um horizonte (4-12 cm) de drástica alteração sedimentar, comum a quase todos os testemunhos. A taxa de sedimentação de 0,16 cm/ano, determinada no testemunho de manguezal mais preservado pelo método do 210Pb, indicou que esse horizonte depositou-se nos últimos 20 anos. A avaliação integrada do registro hidrológico fluvial e da análise de dados da composição geoquímica sedimentar identifica a composição semelhante e permite interpretar que este horizonte depositou-se durante o mesmo período em todos os testemunhos, caracterizando-o como um período pósbarragens |