Identificação de espécies, biologia reprodutiva e dinâmica populacional de corais do gênero tubastraea no sudeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Dias, Nathália Bastos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/24815
Resumo: O presente estudo tem como propósito gerar informações sobre o atual cenário da invasão dos corais do gênero Tubastraea no Oceano Atlântico Ocidental. Os processos que envolvem o estabelecimento e aumento da distribuição foram abordados neste estudo. A estratégias de história de vida dos invasores foram verificadas por meio da biologia reprodutiva, taxas de crescimento, dados de assentamento e recrutamento, que são os principais mecanismos regulatórios no processo de invasão. Três enfoques foram dados no presente estudo: (1) esclarecer sobre a diversidade morfológica e genética de corais do gênero de Tubastraea spp. a partir de populações do hemisfério sul e norte. Uma abordagem morfológica de macro e microestruturas complementada com a genética molecular (gene ITS) para caracterizar a diversidade dos corais Tubastraea; (2) investigar as estratégias de história de vida a partir das taxas de crescimento, de fecundidade das três espécies dos corais, além de avaliar períodos de maior assentamento e porcentagem de cobertura em campo relacionando-os com dados de temperatura e luminosidade local e (3) avaliar aspectos da biologia reprodutiva avaliando a produção de gametas, períodos de picos reprodutivos, fecundidade e autonomia larval para esclarecimento da atividade reprodutiva numa região de ressurgência. Foram delimitadas e identificadas três espécies distintas: Tubastraea aurea, Tubastraea coccinea e Tubastraea sp. Morfologicamente, T. aurea é diferente de T. coccinea devido a fortes indícios macro e micro morfológicos, principalmente devido ao quinto ciclo de septos, não existente em T. coccinea. Tubastraea sp. de Arraial do Cabo, anteriormente reconhecido como Tubastraea tagusensis, exibiu características morfológicas distintas em comparação ao holótipo de Wells (1982) e como ainda não foi identificada chamou-se de Tubastraea sp. Análises moleculares mostraram que os corais do gênero no Brasil caíram em dois clados monofiléticos bem suportados e amostras coletadas nos Estados Unidos se sobrepuseram em ambos os clados, além de apresentar maior diversidade genética. Os corais demonstraram um processo de colonização desenvolvido na Baía de Arraial do Cabo, ocupando margens rochosas, inclusive na região entremarés. Tubastraea coccinea aumentou sua cobertura e cresceu mais do que o relatado em estudos anteriores na região. O crescimento entre espécies foi inversamente proporcional à fecundidade. Temperaturas mais baixas favorecem o crescimento e podemos ver um padrão diretamente proporcional de taxa de assentamento e aumento da amplitude térmica. Em diferentes ensaios, encontramos altas taxas de fecundidade, ocorrência de pelo menos dois ciclos gametogênicos por ano, produção contínua de gametas, incubação de larvas e vários eventos de planulação. O sucesso na introdução e estabelecimento dos corais do gênero Tubastraea é resultado das estratégias oportunistas identificadas nesses organismos, como altas taxas de crescimento e incremento de pólipos, elevada produção de gametas; vários eventos de planulação, longos períodos de assentamento e ampla tolerância às variações ambientais. Nossos resultados demonstraram a ocorrência de uma terceira espécie do gênero invasor no litoral brasileiro e esclareceu sobre os processos da invasão bem-sucedida dos corais T. aurea, T. coccinea e Tubastraea sp. na região de Arraial do Cabo, RJ.