Aptidão cardiorrespiratória em militares: estado atual, desenvolvimento e relação com indicadores de saúde metabólica e controle autonômico cardíaco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Morgado, Jairo José Monteiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/29365
Resumo: Os integrantes do Exército Brasileiro (EB) devem estar preparados para atuar em diferentes ambientes operacionais, o que lhes exige elevado nível de saúde física e mental. Assim, há necessidade de avaliar e otimizar a aptidão física dos militares. Dentre os componentes da aptidão física, a Aptidão Cardiorrespiratória (ACR) tem sido bastante relacionada à morbidade e mortalidade por todas as causas e à capacidade de suportar o estresse do combate. O aprimoramento da ACR atenua fatores de risco para doenças cardiovasculares, como a obesidade e a Síndrome Metabólica. Este estudo objetivou investigar a ACR dos militares do EB, seu estado atual, desenvolvimento e relação com indicadores de saúde metabólica e autonômico cardíaco. Esta tese é apresentada sob a forma de 3 artigos: “Aptidão Cardiorrespiratória de militares do Exército Brasileiro: estado atual”, verificou o nível de ACR de militares, sob diferentes critérios de avaliação, por meio de um estudo de corte transversal; “Aptidão Cardiorrespiratória de militares do Exército Brasileiro e sua relação com a Saúde”, no qual buscou-se verificar a associação da ACR com o Índice de Massa Corporal dos sujeitos, a Síndrome Metabólica e seus fatores de risco; “efeito do treinamento intervalado de alta intensidade no desempenho físico e controle autonômico cardíaco”, do tipo experimental, o qual objetivou verificar a influência de diferentes protocolos de HIIT sobre a aptidão cardiorrespiratória, a composição corporal, a modulação vagal cardíaca de repouso e a reativação vagal pós exercício em jovens militares. Concluiu-se que a ACR dos militares do sexo masculino do EB encontra-se em elevado percentual nas classificações “excelente” (27,1%) ou “superior” (31,8%), segundo o colégio americano de medicina do esporte, enquanto a ACR das militares do sexo feminino encontra-se em elevado percentual nas classificações “muito ruim” (30,3%) ou “ruim” (19,7%), do referido colégio americano, sendo necessário melhorar o desempenho no que se refere às diretrizes para avaliação física do Exército. Ainda, foi possível verificar que indivíduos com maiores ACR, de ambos os sexos, apresentaram menores percentuais de obesidade (54% e 61% naqueles com classificação “muito ruim” e atingindo 7,1% e 2,8% na “superior”, para homens e mulheres, respectivamente) e síndrome metabólica (57% para homens na classificação “muito ruim” e 11% para aqueles classificados como “superior”; 65,6% para mulheres nas classificações “muito ruim” ou “ruim” e 34,4% para aquelas nas classificações “bom”, “excelente” ou “superior”). Já a baixa ACR associou-se com alterações em fatores de risco da SM e sua prevalência, assim como a obesidade, revelando valores de Odds Ratio (OR) 4,96 (3,71-6,64) e 2,88 (2,24-3,7) para obesidade e SM, respectivamente. Para as mulheres, encontrou-se OR 2,80 (1,42- 5,51) para obesidade, mas a OR da SM não foi estatisticamente significante. Ainda, a obesidade associou-se à SM 4,98 (3,73-6,65) e 4,27 (1,96-9,30), para homens e mulheres, respectivamente. Assim, a ACR revelou ser um fator de proteção ao desenvolvimento de SM e obesidade. Por fim, em protocolo experimental de 8 semanas, ocorreram diferenças significantes entre o GE400 e o GC nas variáveis VO2 máximo (X2=8,311; p<0,05), 2lv repouso pós (X2=8,979; p<0,05), Δ 2lv supinoortostático pós (X2=9,489; p<0,01); entre o GE400 e o GE800 nas variáveis 1v (X2=9,329; p<0,01) e 2lv repouso pós (X2=8,979; p<0,05); entre o GE800 e o GC na variável FC de recuperação pós (X2=7,596; p<0,01). Não foram encontradas diferenças significantes intergrupos quanto a composição corporal, mas os GE400 (Z=-3,007; p<0,01) e GE800 (Z=-2,452; p<0,01) tiveram melhora no IMC, considerando os momentos pré e pós intervenção. O HIIT de 400 metros foi mais eficaz para aprimorar a ACR e marcadores da modulação vagal cardíaca de repouso e reativação vagal pós exercício do que o HIIT de 800 metros. A ACR dos militares necessita de aprimoramento, particularmente para aquelas do sexo feminino, visto que o desenvolvimento desse componente da Aptidão revelou ser um fator de proteção à SM e seus fatores de risco, sendo o HIIT de 400 metros uma ferramenta eficaz para atingir essa melhora