Inovações tecnológicas, trabalho e reestruturação produtiva no Brasil contemporâneo: o papel do estado, a política de inclusão digital e as desigualdades regionais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Trindade, Beatriz de Carvalho Pires
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/11038
Resumo: A presente dissertação de mestrado resulta de uma investigação de natureza teórica e documental relacionada acerca do desenvolvimento capitalista em sua fase monopolista imperialista concomitantemente, em face aos seus imperativos ao desenvolvimento tecnológico com impactos a sociedade, nos marcos da reestruturação produtiva no Brasil. Este estudo propõe compreender o caráter duplo do trabalho, frente às novas formas de exploração requisitadas pelo atual padrão de desenvolvimento, segundo uma visão crítico-marxista, à qual o trabalho se constitui uma atividade natural e eterna dos seres humanos para satisfação de necessidades em qualquer forma social; nessa perspectiva em que este desempenha na sociedade capitalista, sobretudo a condição de criador de valor. Considera-se o contexto das transformações globais promovidas pelo capitalismo no contexto neoliberal, em especial, a partir de 1970 diante das implicações, aparentemente irreversíveis, ao mundo do trabalho, afetando diretamente a classe que vive do seu trabalho. Examina-se o desenvolvimento tecnológico como um dos aportes teórico-metodológicos centrais que possibilitam e ou aceleram tais mudanças empreendidas, atribuindo-se destaques mais diretos às inovações tecnológicas ligadas à microeletrônica. Para tanto, ressaltamos, para fins desta análise, que o advento e o uso do microcomputador e da internet, ressalvadas as restrições da apropriação desses instrumentos, por parte de certos segmentos das classes sociais, tornam-se importantes ferramentas tecnológicas, nos avanços do sistema produtivo. Contudo, em contrapartida, as formas de exploração do trabalho nos remetem a compreensão das tecnologias como um “fenômeno social”, no contexto das sociedades, hoje denominadas transnacionalizadas, como a brasileira. Na tentativa de melhor apreendermos as múltiplas determinações desses fenômenos, investigam-se como se processam as relações sociais e de produção, os processos de exploração da força de trabalho, as formas de intermediação do Estado em suas relações com a sociedade, enquanto criador e executor de políticas públicas. Ainda que de forma breve, examina-se o significado das políticas de “inclusão digital” no Brasil, a partir dos anos 2000, diante da competência institucional do setor público em viabilizar as estratégias do projeto em curso, denominado “Sociedade da Informação”. Verificam-se também, as modificações sociais, políticas, econômicas requeridas pelo modelo neoliberal no campo das novas tecnologias, haja vista seus rebatimentos no âmbito do desenvolvimento e das desigualdades sociais e regionais, os quais no capitalismo, a produção e a reprodução estão atreladas aos processos próprios à acumulação do capital e do trabalho. No Brasil a partir dos anos de 1990, as transformações do capitalismo neoliberal têm colaborado para a precarização do trabalho, o aumento do desemprego, o aparecimento das mais variadas formas de exploração da classe trabalhadora e, por conseguinte, o aprofundamento das desigualdades sociais e regionais que elevam os níveis da pobreza. O percurso teórico-metodológico possibilitou a comprovação de nossa hipótese, vez que, a natureza desses fenômenos não se configura em sua face aparente, imediata, mas, implica no fetichismo que guardam as relações sociais, exigindo, portanto, análises críticas capazes de desvendar a essência dessa lógica social. Sendo assim, verifica-se esse arquétipo criado como é o caso da política de inclusão digital que favorece muito mais aos interesses capitalistas.