Traição e vilania em A demanda do Santo Graal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Souza, Ana Cristina Alvarenga de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Espírito Santo
BR
Mestrado em Letras
UFES
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
82
Link de acesso: http://repositorio.ufes.br/handle/10/11387
Resumo: Estuda a ocorrência da traição na anônima novela de cavalaria A Demanda do Santo Graal e analisa essa prática criminosa cometida pelos idealizados cavaleiros da corte arturiana, sobretudo por Galvam, associando-a ao conceito de vilania. Por meio de uma abordagem crítico-literária, fundamentada nas leituras de Heitor Megale, Lênia Márcia Mongelli, Fanni Bogdanow, Irene Freire Nunes, Ana Sofia Laranjinha; historiográfica, baseada nos estudos de Jean Flori, Jacques Le Goff, Franco Cardini, Adriana Zierer, e jurídica, apoiada nas investigações de Robert I. Burns, Francisco López Estrada, María Tereza López García-Berdoy, Jerry R. Craddock, examina a influência de tratados morais e códigos jurídicos e a intrincada relação entre o Estado, a Igreja e a Ordem da Cavalaria na representação ficcional de padrões comportamentais modelares na narrativa. Ao considerar o caráter doutrinário cristão da obra em língua portuguesa arcaica, embasa-se na legislação peninsular medieval Las siete partidas, de Afonso X, síntese dos códigos da época, para ponderar acerca das implicações civis, religiosas e morais do cometimento da deslealdade pelo cavaleiro representado como indivíduo heroico e exemplar, mas, antagonicamente, enfraquecido por suas atitudes profanas e de moral ambígua. Nesse sentido, observase que Galvam, na condição de cavaleiro desvirtuado, deixa-se dominar pelos vícios e comete crimes deliberadamente, constituindo-se traidor e vilão na narrativa, com expressiva participação no fracasso do reinado arturiano.