Emprego ou vocação? correlatos do bem-estar em professores universitários

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Cacciari, Marcella Bastos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Espírito Santo
BR
Mestrado em Psicologia
UFES
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufes.br/handle/10/9040
Resumo: Disseminam-se atualmente em todo o mundo pesquisas que colocam em pauta a forma com que os professores sentem e vivenciam a profissão. Na mesma direção, o interesse dos pesquisadores em diversos países encontra-se voltado para a tentativa de compreender o quanto as pessoas se sentem felizes ou realizadas em suas potencialidades, principalmente a partir do conceito chave de bem-estar. Surge, portanto, a possibilidade de uma abordagem positiva para as questões que envolvem o bem-estar docente. Nesse sentido, o presente trabalho procurou compreender se, e em que medida, o bem-estar dos professores estaria associado às virtudes que consideram importantes para ser um bom professor, ao seu comportamento como docente, à qualidade do papel no trabalho e aos seus valores individuais. Assim, foram realizados dois estudos principais que tiveram como participantes professores universitários de todo o Brasil. No estudo 1, foram investigadas especificamente as virtudes necessárias para ser um bom professor e o quanto os participantes percebiam que tais características os descreviam como profissionais. Participaram 214 docentes, que responderam um questionário on-line formado por questões sociodemográficas e duas perguntas abertas sobre as virtudes do bom professor. A análise textual foi realizada a partir do software IRAMUTEQ e representada graficamente pela análise de similitude. De acordo com os resultados obtidos, as virtudes mais valorizadas no exercício docente foram conhecimento, temperança, justiça e humanidade. No que se refere à percepção dos professores acerca de suas próprias virtudes, três foram citadas com maior freqüência pelos participantes, respectivamente, temperança, transcendência e humanidade. No Estudo 2, procurou-se, principalmente, verificar o padrão de bem-estar subjetivo de professores e sua correlação com as virtudes, os seus comportamentos cotidianos na prática docente, a qualidade do papel no trabalho, e os seus valores pessoais. Participaram 262 docentes, que responderam um questionário on-line formado por questões sociodemográficas e seis escalas (Escala de Qualidade dos Papéis do Trabalho; Escala de Importância e Percepção das Forças de Caráter Versão Docente; Lista de Comportamentos do Professor; Escala de Satisfação com a Vida; Escala de Bem-Estar Afetivo no Trabalho; Questionário de Valores Básicos). As análises de correlação foram conduzidas no software SPSS versão 18. Os resultados demonstraram que a importância e a percepção das virtudes correlacionaram-se significativamente aos comportamentos do professor e aos valores. A percepção das virtudes também se correlacionou positivamente aos aspectos positivos da qualidade de papel do trabalho e aos afetos positivos, e negativamente aos afetos negativos. Para além disso, foram encontrados ainda dois pontos principais de convergência entre os dados: em um sentido mais amplo, a relevância do estudo das virtudes para a compreensão do comportamento e do bem-estar docente, e mais especificamente, a relação estabelecida, em ambos os estudos, entre a importância e a percepção das virtudes temperança e transcendência e as condições inadequadas de trabalho dos professores. Consequentemente, pesquisas futuras e projetos de intervenção deveriam considerar o uso das forças de caráter no trabalho para a diminuição da vivência de emoções negativas, e com vistas ao aumento de emoções positivas e dos níveis de bem-estar subjetivo.