Mortalidade cardiovascular no Espírito Santo: influência das desigualdades econômicas e sociais
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Espírito Santo
BR Doutorado em Saúde Coletiva Centro de Ciências da Saúde UFES Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://repositorio.ufes.br/handle/10/14558 |
Resumo: | As doenças cardiovasculares (DCV) constituem a principal causa de morte no Brasil e no mundo, contribuindo com cerca de 30% de todos os óbitos. Individualmente, o infarto do miocárdio (IM) e a doença cérebro vascular (DCV) são os eventos mais comuns que levam a este tipo de óbito. Muito embora sejam doenças graves, as DCV podem ser prevenidas se os fatores clássicos de risco (tabagismo, dislipidemias, hipertensão e diabetes, dentre outros) sejam controlados. Mais recentemente tem sido dada atenção ao impacto de fatores socioeconômicos e ambientais (escolaridade, renda, poluição, por exemplo) na mortalidade por DCV. Tem-se observado nas últimas décadas tendência de redução das taxas de mortalidade por DCV no Brasil. Entretanto, não há estudos detalhando como essas taxas vem se comportando no Espírito Santo (ES) uma vez que, sendo estado com população pequena (cerca de 2%) em relação ao Brasil, suas tendências podem não se refletir nas análises globais dos dados do Brasil e da região sudeste. Nesta tese analisamos a mortalidade cardiovascular no ES no período de 2006 a 2016. As taxas de mortalidade foram padronizadas para a idade, comparando-se a tendência temporal dos óbitos cardiovasculares totais e precoces (30 a 69 anos) no ES com as taxas apuradas no mesmo período no Brasil e no sudeste, onde o ES está inserido. Também foi investigado o perfil de tendências de morte por IM e DCV no mesmo período e territórios. Para o ES, avaliamos a associação da mortalidade cardiovascular total e precoce com o Índice de Desenvolvimento Humano dos municípios (IDHM). Verificamos que as taxas de mortalidade por DCV são decrescentes no Brasil, no sudeste e no ES. No ES as taxas de redução da mortalidade total e precoce foram maiores do que no sudeste e no Brasil. Este declínio, entretanto, se estabilizou a partir de 2012 nos três segmentos analisados. Os óbitos precoces se destacam no estudo, representando 40% no ES, 39,7% no Brasil e 41,2% no sudeste. Observamos também correlação negativa entre os valores de IDHM e as respectivas taxas de mortalidade, com destaque para os componentes renda e educação. Sugere-se que tais diferenças sejam decorrentes tanto de diferentes impactos da atenção primária à saúde cardiovascular e/ou da capacidade do sistema de saúde de atendimento aos eventos agudos que mais contribuem para a mortalidade. Os resultados deste trabalho mostram que o ES, que apresentava quando menos favorável no início da série histórica em relação ao Brasil e sudeste, conseguiu no período equalizar com seus indicadores de mortalidade cardiovascular total e precoce. Entretanto, há ainda diferenças importantes entre municípios dentro do estado. Como são municípios com características sociodemográficas similares conclui-se que a atenção à saúde cardiovascular da população apresenta diferenças importantes que necessitam de melhor acompanhamento visando correção de distorções. |