Identidades surdas e cultura surda e suas representações sociais na obra “a vida íntima de Laura”, de Clarice Lispector

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Azevedo, Maria Márcia Fernandes de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Brasil
Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Humanas - CCSAH
UFERSA
Universidade Federal Rural do Semi-Árido
Programa de Pós-Graduação em Ensino
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://lattes.cnpq.br/6624168203166513
http://lattes.cnpq.br/3651499294538617
http://lattes.cnpq.br/0827970294812223
https://repositorio.ufersa.edu.br/handle/prefix/10985
Resumo: Esta pesquisa insere-se no campo dos Estudos Literários em intersecção com os Estudos Surdos, a partir de autores como: Silveira (2006), Mourão (2011, 2016), Machado (2013) e Sutton-Spence (2006). Este estudo visa analisar as representações sociais construídas na obra literária A vida íntima de Laura de Clarice Lispector, a fim de averiguar que correlações podem ser elaboradas com as identidades, comunidade e cultura surdas. No contexto da Literatura Surda, partimos da ideia de que as obras literárias em Libras são artefatos culturais importantes e que, por meio delas, é possível expressar as representações sociais e registrar as manifestações, os valores, os hábitos e, principalmente, a historicidade das comunidades surdas brasileiras. De abordagem qualitativa e de cunho exploratório, a pesquisa é classificada como documental, pois visa analisar uma obra literária. Na análise realizada identificamos que as ilustrações e a narrativa em A vida íntima de Laura dão ênfase ao corpo da personagem Laura, devido ela ter uma condição física tida como defeituosa perante as demais personagens. Buscou-se aproximações entre a obra de Clarice Lispector e as identidades, comunidade e cultura surdas, visto que, assim como Laura, as pessoas surdas passam por estigmatização e diversas dificuldades, para isto usamos obras literárias e ilustrações do escopo da cultura surda. Para contrapor a estigmatização e desconhecimento, apresentamos o florescimento da cultura surda por meio da arte surda, representada pelo “orgulho surdo” em obras, como as da artista surda Kilma Coutinho. A representação das mãos e de outros elementos nas obras evidenciam as possibilidades da língua de sinais e da experiência em comunidade possibilitada pela mediação da língua de sinais e a metáfora de que esta comunidade compõem uma grande floresta relaciona-se a uma comunidade que resiste, expressa-se e comunica-se pela visualidade das línguas de sinais. Com este trabalho espera-se aproximar as narrativas daquelas vivenciadas pelas pessoas surdas, na ânsia de que, com este e futuros trabalhos, o respeito às línguas de sinais seja estimulado, principalmente, levando em conta as expressões artísticas e da Literatura Surda.