Uso do plasma no tratamento do carcinoma de células escamosas: estudo in vitro e aplicação clínica em tumores felinos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Holanda, André Gustavo Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Brasil
Centro de Ciências Agrárias - CCA
UFERSA
Universidade Federal Rural do Semi-Árido
Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Cat
Link de acesso: http://lattes.cnpq.br/4718683077685105
http://lattes.cnpq.br/5393373008753356
http://lattes.cnpq.br/1523485616877582
https://doi.org/10.21708/bdtd.ppgca.dissertacao.7735
https://repositorio.ufersa.edu.br/handle/prefix/7735
Resumo: O carcinoma de células escamosas (CCE) é uma neoplasia maligna que afeta frequentemente a pele e cavidade oral dos gatos. Ambas as formas exigem a adoção de um tratamento local adequado, sendo realizada comumente a cirurgia. Entretanto, o efeito desfigurante e o estádio avançado ao diagnóstico podem ser fatores limitantes. Dessa forma, torna-se necessário o desenvolvimento de terapias alternativas. Em oncologia, o plasma frio atmosférico (PFA) tem demonstrado resultados promissores, exercendo efeito anticancerígeno in vitro e in vivo contra uma ampla variedade de neoplasias. Assim, o objetivo foi avaliar a eficácia do PFA no tratamento do CCE felino cutâneo e oral. Linhagem SCC-25 de carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço (CCECP) foi dividida em grupo controle e tratamento, ao qual foi submetido ao plasma por 60s, 90s ou 120s. O ensaio de óxido nítrico (NO) foi realizado através da determinação da concentração de nitrito, enquanto a citotoxicidade foi avaliada pelo ensaio de MTT decorridas 24h, 48h e 72h. Para termografia in vitro, imagens térmicas foram capturadas antes e após os diferentes tempos de terapia. O estudo clínico foi realizado em felino com dois carcinomas cutâneos e um oral. A terapia com PFA consistiu em dois ciclos, no qual cada ciclo foi composto por três sessões semanais de plasma, seguido por uma semana sem exposição. As lesões foram avaliadas por exame termográfico, histopatológico e imunohistoquímico. Verificou-se que a concentração de nitrito aumentou significativamente com os tratamentos de 90s e 120s quando comparado ao grupo controle. Foi observada redução de viabilidade celular para as células SCC-25 decorridas 24h e 48h, independente do tempo de exposição. Entretanto, em 72h houve efeito significativo apenas com o tratamento de 120s. A exposição ao PFA resultou em redução de temperatura do meio de cultura para todos os tempos avaliados. In vivo, a média de temperatura dos tumores pré-tratamento foi de 35 °C e no pós-tratamento foi de 35,7°C. Os dois tumores cutâneos responderam ao PFA, sendo uma resposta completa, com cura histológica, e outra parcial. O CCE oral permaneceu estável. A análise histopatológica demonstrou o surgimento de áreas em apoptose nos tumores remanescentes. Houve aumento da expressão de caspase-3 e TNF-alfa. Os efeitos adversos foram locais e incluíram eritema e formação de crostas. As reações foram em grau I, autolimitantes e não exigiram intervenção médica. O PFA apresentou efeito anticancerígeno in vitro sobre linhagem de células CCECP, evidenciado pela redução da viabilidade celular dose-dependente. In vivo, a terapia parece segura e eficaz contra o CCE cutâneo felino. Para o tumor oral proliferativo, o tratamento não resultou em resposta clínica. Entretanto, houve efeito biológico, demonstrado pela maior expressão de indicadores de apoptose