Avaliação dos Efeitos Genotóxicos e de acumulação induzidos pela Cilindrospermopsina (Cianotoxina) em Chironomus Xanthus (Diptera - Chironomidae).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: SANTIAGO, Letícia Lisboa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação: Mestrado - Meio Ambiente e Recursos Hídricos
Departamento: IRN - Instituto de Recursos Naturais
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.unifei.edu.br/jspui/handle/123456789/1169
Resumo: A presença de florações de cianobactérias tóxicas nos ambientes aquáticos eutrofizados restringe o uso das águas, reduz a qualidade das mesmas e, consequentemente, afeta à biota aquática, incluindo os organismos bentônicos. O conhecimento dos efeitos de cianotoxinas nestes organismos e seus indicadores fisiológicos e celulares ainda são reduzidos. Atualmente, a cianobactéria Cylindrospermopsis raciborskii, com distribuição nos ambientes aquáticos brasileiros tem sido investigada também pelo potencial em produzir cianotoxinas, incluindo cilindrospermopsina (CYN). Assim, o presente trabalho objetivou avaliar os efeitos genotóxicos e de acumulação de CYN em larvas do organismo bentônico Chironomus xanthus expostos a células de C. raciborskii produtora desta toxina. Foram avaliados os efeitos de acumulação de CYN nos organismos em um ensaio de exposição crônica (duração de 8 dias) à concentração equivalente à 10⁶ cels.ml⁻¹ (condição de floração). Igualmente foram avaliados danos ao DNA, por meio de ensaio cometa nos organismos expostos a quatro tratamentos distintos durante 8 dias: Controle negativo (água de manutenção), Controle positivo (água de manutenção e 0,3 mg.L⁻¹ de cádmio), Tratamento A (água de manutenção e extrato celular de C. raciborskii equivalente a 10³ cels.ml⁻¹) e Tratamento B (água de manutenção e extrato celular de C. raciborskii equivalente a 3,3x10⁴cels.ml⁻¹ – pré-floração). Os resultados indicaram que o acúmulo máximo de toxina nos organismos ocorreu nas primeiras 24 horas de exposição. Para o ensaio cometa foram avaliados os índices e frequência de danos, observando-se que os resultados foram significativamente maiores para o controle positivo (ID=223 ± 18 e FD=100 ± 0,45), tratamento A (ID=175 ± 4 e FD=94 ± 3) e tratamento B (ID=239 ± 22 e FD=100 ± 0,82), quando comparados ao controle negativo (ID=48 ± 4 e FD=41 ± 3), determinados pelo teste Post Hoc de Dunnet (p<0,05). Os resultados demonstraram a capacidade de acumulação de CYN com consequente dano ao DNA para os organismos-teste desde a concentração mais baixa, condição de pré-floração, o que pode a partir daí comprometer toda a população destes organismos bentônicos. Trata-se dos primeiros resultados da aplicação do ensaio cometa, bem como de acumulação de uma cianotoxina em larvas de C. xanthus, os quais poderão ser aplicados em outros estudos de avaliação de contaminantes ambientais, com ênfase para o compartimento sedimento.