Ergologia, saúde e trabalho: uma revisão integrativa com ênfase nos centros de atenção psicossocial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: SOUZA, Ana Caroline de
Orientador(a): SILVA, Luiz Felipe Silva lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Itajubá
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação: Mestrado - Desenvolvimento, Tecnologias e Sociedade
Departamento: IRN - Instituto de Recursos Naturais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.unifei.edu.br/jspui/handle/123456789/2920
Resumo: Os CAPS são dispositivos de saúde destinados ao tratamento e a reabilitação psicossocial de indivíduos com transtornos mentais graves e persistentes e aqueles derivados do uso abusivo de álcool e outras drogas. Mediante a complexidade do trabalho nessas instituições, por variados fatores, verifica-se que esta atividade tem impactado na saúde de seus profissionais. Nesse sentido, emerge a Ergologia como uma proposta para melhor conhecer e intervir nas situações laborais, visando transformá-las. Esta abordagem focaliza o trabalhador que não se prende unicamente às prescrições, e faz usos de si, debate as normas e valores, promove renormalizações para atingir os objetivos de seu trabalho e, principalmente, para dar continuidade com a sua vida e manter a sua saúde. No entanto, como os CAPS e a Ergologia são fenômenos recentes, surgidos na década de 1980 e, consequentemente, a associação entre ambos é ainda muito pouco explorada no campo científico, este estudo visou, por meio de uma revisão integrativa, contextualizar o emprego da ergologia nos variados contextos laborais, direcionando o olhar para o campo da saúde mental brasileira, especificamente os CAPS. E, a partir disso, analisar as contribuições da Ergologia para se desvendar a relação trabalho e saúde. A busca de estudos ocorreu nas bases de dados Google Acadêmico, Scielo e PubMed, mediante o uso dos descritores ergologia, saúde mental e centros de atenção psicossocial, nos idiomas inglês, francês e espanhol, juntamente com o estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão, em que foram identificados 59 artigos do tipo pesquisa de campo, incluídos nesta revisão. Os resultados indicaram uma forte presença da análise ergológica nos contextos laborais referentes ao setor de serviços e uma menor incidência de tal abordagem em estudos empíricos associados ao setor primário e industrial, bem como uma limitada incidência da análise ergológica no trabalho em saúde mental e nos CAPS. As contribuições da Ergologia para se desvendar a relação trabalho e saúde nos variados contextos de trabalho, inclusive em CAPS, encontra-se justamente na capacidade desta abordagem de colocar em evidência a atividade humana no trabalho, suas escolhas, debates de normas e valores, renormalizações e, a partir disso, descobrir as vivências e os problemas que os trabalhadores estão submetidos. De modo geral, as pesquisas revelam que em todos os contextos laborais, desde o setor primário até o setor de serviços, os trabalhadores estão submetidos a inúmeras situações conflituosas que podem impactar em sua saúde, seja através da existência de riscos laborais, condições precárias de trabalho, altas demandas e cargas laborais, dentre outras, refletindo a forte influência das normas antecedentes sociais e econômicas, principalmente, no ambiente de trabalho e nas escolhas efetuadas pelos trabalhadores. Espera-se com este estudo possibilitar uma maior discussão sobre a relação trabalho e saúde, especificamente no ambiente de CAPS, bem como promover um maior conhecimento e divulgação da Ergologia e um incentivo para a realização de mais pesquisas empíricas com suporte de tal abordagem, principalmente nos contextos dos serviços em saúde mental e em CAPS.