Entre o modelo psicossocial e a prática no Centro de Atenção Psicossocial em álcool e outras drogas : considerações sobre a equipe técnica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Nery Dantas, Luciana
Orientador(a): Marcos de Medeiros Gomes de Matos, Aécio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8372
Resumo: Este estudo elegeu como objeto de investigação o funcionamento da equipe técnica de um Centro de Atenção Psicossocial em Álcool e Outras Drogas, tomando como referência o atual contexto político da assistência em álcool e outras drogas, no Brasil e no Recife. Foram traçados como objetivos analisar as práticas da equipe de um desses centros e a sua conformação à proposta de atenção psicossocial expressa no projeto terapêutico definido institucionalmente. A fundamentação teórico-metodológica foi baseada nos aspectos objetivos e abstratos do trabalho em equipe, revelando as estruturas funcionais e inconscientes que constituem sua base de atuação. A pesquisa utilizou a metodologia qualitativa de coleta e tratamento de dados, com entrevistas semi-abertas realizadas com os profissionais de nível superior e membros da equipe, observação participante das reuniões técnicas e exame de documentos disponibilizados pela instituição. A análise do material permitiu visualizar que o trabalho em equipe vem passando por uma fase de desorganização que parece ser caracterizada por um descompasso entre a dinâmica de trabalho prevista e a executada em equipe caracterizando um distanciamento das diretrizes da prática interdisciplinar e, portanto, dos pressupostos do modelo psicossocial. Essa situação foi entendida como pertinente ao funcionamento da equipe como grupo, o que aponta um trabalho na pré-tarefa, ou seja, na fase inicial marcado por resistências, medos e conflitos como descrito por Pichon-Rivière. Por outro lado, as dificuldades do trabalho em equipe parecem estar relacionadas à herança do modelo biomédico, que ainda perpassa a prática em equipe e a conduta dos profissionais que atuam na área de saúde mental. Com relação aos aspectos objetivos, as limitações referidas como falta de condições de trabalho (falta de materiais, capacitação e do trabalho em rede), apesar de reais, são entendidas como forma de escamotear as questões pertinentes ao grupo. Os aspectos gerenciais relacionados à unidade de saúde e/ou à política de saúde mental são inclusos nesse contexto como questões polêmicas na equipe que expressam discordâncias e dúvidas intrinsecamente ligadas à forma de atuação da equipe. Todas essas questões, além dos sentimentos de impotência, descrença no trabalho em grupo e baixa auto-estima refletem no comportamento dos técnicos que vivenciam as contradições da rotina de trabalho pelo isolamento, expresso nos sentimentos de ameaça, medo e abandono. Diante desse quadro consideramos que a equipe técnica precisa de um trabalho de grupo para se firmar como um espaço significativo de intervenções e práticas