Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
GOULART, Cristiana Faria
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Orientador(a): |
SILVA, Luiz Felipe
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Itajubá
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação: Mestrado - Desenvolvimento, Tecnologias e Sociedade
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Departamento: |
IRN - Instituto de Recursos Naturais
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.unifei.edu.br/jspui/handle/123456789/4171
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Resumo: |
O trabalho como categoria ocupa um papel de relevância indiscutível no cenário do desenvolvimento de uma sociedade, inclusive nos significados de reconhecimento social e coletivo em que um dos objetos de interesse nesses aspectos se dá pela relação entre saúde, trabalho e a investigação de como ela se desenrola neste contexto. Sendo assim, o presente trabalho pretende dar visibilidade para o trabalho doméstico assalariado, que apresenta marcante característica do gênero feminino e, principalmente, de mulheres negras, englobando questões como a precarização, vulnerabilidades e desigualdades decorrentes dos vínculos sociais e históricos da sociedade brasileira com sua densa herança escravocrata. O estudo tem o objetivo de investigar a relação entre a saúde e o trabalho da empregada doméstica na cidade de Itajubá, Minas Gerais. A pesquisa, de abordagem qualitativa, foi realizada com mulheres trabalhadoras domésticas por meio da utilização de três métodos, o “Discurso do Sujeito Coletivo” (DSC), a entrevista semiestruturada e o questionário sociodemográfico. Foram identificadas mulheres que possuem duplas jornadas de trabalho, além de trabalharem em mais de uma residência, com uma parte significativa dessas mulheres em situação de informalidade. Os resultados apontam também que as mulheres do presente estudo consideram um risco à saúde principalmente os produtos químicos e misturas para limpar o banheiro. Sobre a relação com seus patrões, a maioria significativa relatou se considerar amiga ou da família. Apesar da maioria das mulheres do presente estudo se considerarem pardas, houveram poucos relatos sobre discriminação com relação à cor da pele, mas a grande maioria das mulheres relatou se sentir diminuída ou discriminada através de olhares. Com relação ao sentido do trabalho doméstico, as mulheres relataram se sentirem gratas e orgulhosas do que fazem, uma vez que o trabalho, para elas, representa uma fonte de sustento e independência. Conclui se que o trabalho doméstico advém de uma cultura escravocrata brasileira que perpetua até os dias atuais e que, mesmo com alguns direitos adquiridos, a maioria das mulheres ainda não possuí esses acessos, o que dificulta o reconhecimento desta categoria de trabalhadoras. Ao mesmo tempo, foi possível observar que essas mulheres percebem o próprio trabalho como uma forma de empoderamento e independência, mas ainda entendem a saúde com uma perspectiva física e biológica. Por fim, as mulheres deste estudo enfrentam questões de saúde que passam pelas alergias e dores na coluna, até questões de exaustão e cansaço pelas altas cargas de trabalho. É importante, portanto, a conscientização dessas mulheres com relação aos seus direitos no seu trabalho, além da organização das mesmas como categoria, a fim de promover melhorias nas condições trabalhistas das mesmas. |