A problemática hídrica em área de risco à seca: o caso do município de Soledade-PB.
Ano de defesa: | 1998 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Humanidades - CH PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/2253 |
Resumo: | No semi-árido nordestino, ontem como hoje, um dos fenômenos que se apresenta como o maior entrave ao desenvolvimento econômico e social, é, sem sombra de dúvida, o flagelo das secas. De fato, a mentalidade coletiva associa o semi-árido à seca, e a falta de água à escassez de chuvas, como se fossem sinônimos. Entretanto, ao analisar dados referentes à questão percebe-se que a escassez de chuvas não é a única responsável pela falta de água nesta região. Pressupõe-se que a vulnerabilidade da população frente à problemática hídrica tem por base não apenas as condições físico-climáticas, normais desse ambiente, mas principalmente são os fatores socialmente condicionados que geram a situação de "escassez de água", afetando sobretudo os segmentos mais fragilizados da população. Este trabalho tem como objetivo básico estudar a problemática hídrica em áreas de risco à seca, tendo como objeto empírico o Município de Soledade, localizado na microrregião do Curimataú Paraibano. A análise centralizou-se em conhecer a realidade e a situação atual da problemática de abastecimento, acesso e uso da água e os impactos no processo de fragilização social de comunidades e populações, particularmente visualizados desde o ângulo da saúde humana e ambiental. Em termos metodológicos considerou-se factível situar a questão hídrica em estudo, no quadro dos problemas sócio-ambientais que afetam amplos segmentos populacionais da região semi-árida nordestina. O entendimento dos problemas sócio-ambientais urbanos e rurais será possível se estes forem conceitualizados, antes de tudo, como produtos da dinâmica do processo de desenvolvimento econômico em vigência no país e na região. A sucessão dos planos de desenvolvimento econômico ao longo dos tempos e, particularmente, nos últimos trinta anos tem criado campos e cidades crescentemente vulneráveis às ameaças de todo tipo. Neste raciocínio, no presente trabalho considerou-se importante não dissociar a problemática hídrica dos conceitos de Desenvolvimento e Estado por um lado, e por outro, Desastre, Risco e Vulnerabilidade à Seca. O estudo realizado revelou que a falta de água que dá um perfil especifico à questão do abastecimento, acesso e uso da água no Município de Soledade, está associada muito mais a condicionantes sociais, políticos e institucionais que a fatores fisico-climáticos. Constatou-se também não só o incremento das massas populacionais vulneráveis nos campos e nas periferias urbanas, mas dos seus níveis de vulnerabilidade, notadamente no que respeita à saúde humana e ambiental. Neste contexto, as estruturas existentes para a gestão pública dos recursos hídricos no Município mostram-se obsoletos e anacrônicos, e não têm capacidade para adaptar-se e transformar-se adequadamente frente à velocidade e complexidade que apresentam essas áreas de risco à seca, onde amplos segmentos populacionais muito vulneráveis estão localizados. |