Tecendo leitores e leituras: a botija na sala de aula.
Ano de defesa: | 2014 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Humanidades - CH PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/429 |
Resumo: | O espaço escolar sempre foi considerado ambiente propício e interdisciplinar à formação de cidadãos autônomos, críticos e participativos. Neste ambiente, a Literatura é elemento relevante para a construção do pensamento, pois os textos literários corroboram com a construção de um modo particular de percepção do mundo e a leitura é entendida como uma atividade pessoal, histórica, cultural e social. Porém, formar leitores constitui o grande desafio da educação brasileira, pois a ausência do texto literário e de atividades mediadoras da leitura na sala de aula são sentidos nos vários níveis de ensino. Vários fatores contribuem para este quadro e faz-se necessário repensar o papel da família enquanto incentivadora da leitura ainda na infância, a formação do professor como leitor e mediador da leitura, mas também o papel do Estado como responsável em fomentar políticas públicas para a promoção da leitura. No entanto, o foco desta pesquisa resume-se ao sujeito e ao objeto que são centrais neste processo, o leitor e o texto. Assim, esta pesquisa objetivou refletir acerca da recepção do romance A Botija (2003) de Clotilde Tavares, pelo público leitor de turmas da Educação de Jovens e Adultos a partir da realização da Oficina de Leitura “Conto estas histórias como me contaram. Quer ouvir?: leituras do popular” e apontar alguns textos com os quais a obra dialoga, ventilando outras possibilidades de leitura a partir do processo intertextual estabelecido. Durante a vivência com o gênero romance, ainda pouco presente no ambiente escolar, percebemos como este, aliado a estratégias mediadoras de leitura poderia contribuir com a formação leitora dos discentes e possibilitar uma experiência de leitura significativa. Como referenciais teóricos norteadores deste trabalho, citamos os estudos de Jauss (1979; 1994), Iser (1979; 1996) e Borba (2007) a respeito da Teoria da Estética da Recepção. Quanto às orientações teórico-metodológicas para a formação do leitor e a leitura literária na escola, referimos Compagnon (2001), Dalvi, Rezende e Jover-Faleiros (2013), Eco (1986), Jouve (2002; 2013) e Rouxel (2013), bem como os Parâmetros Curriculares Nacionais e as Orientações Curriculares Nacionais (1999a; 1999b) que regulamentam o sistema educacional de ensino no país. Para refletirmos acerca das estratégias de leitura e ensino de literatura, voltamo-nos para os estudos de Colomer (2007), Todorov (2009), Cosson (2011) e Petit (2008). Quanto aos processos intertextuais e dialógicos, referimos Bakhtin (2003), Kristeva (1984) e Marinheiro (1977). No decorrer de nossa pesquisa, observamos que, para os discentes, a leitura tem uma função utilitarista e o contato com ela se realiza com o objetivo de adquirir domínio linguístico. Por outro lado, mostraram-se participativos e dispostos a compartilhar experiências de leitura e de vida. Em momentos da leitura do romance, observamos uma vivência leitora significativa, em especial, na recitação do folheto de cordel O romance do pavão misterioso que proporcionou uma identificação dos discentes com o folheto, construída a partir da leitura oral realizada. Assim, a aproximação com o texto possibilitou aos alunos uma sensibilização leitora, levando-os a vivenciar uma experiência estética. |