As gramáticas emocionais e pedagogias de si na formação de praças militares da unidade da corporação no Estado da Paraíba.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: VASCONCELOS, Eduardo Gomes.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/10093
Resumo: A pesquisa da qual resultou esta dissertação teve como objeto o processo de preparação formal da Polícia Militar na Paraíba, propondo-se a estudar os currículos formais e ocultos, programas das disciplinas e concepções dos sujeitos em formação e dos agentes formadores, as quais compõem as gramáticas emocionais e as pedagogias de si exercitadas nas instâncias formativas dos policiais militares no Estado, a partir do estudo do caso de uma Unidade da Corporação da Paraíba. Nossa perspectiva teórica se baseia no debate socioantropológico mais geral sobre a formação de policiais militares e nos conceitos de gramáticas emocionais, de Durão (2013), de pedagogias de si, como formulado por Foucault (2008) e de formas sociais, de Simmel (1950). A metodologia da nossa pesquisa prevê a análise de currículos - em versões adotadas desde a fundação da Academia Policial Militar (APMCB/PB) – dos programas de disciplinas neles contidas, a observação direta das atividades de duas disciplinas – uma do quadro das ‘teóricas’ e outra do quadro das ‘práticas’ e também a aplicação de questionários com uma amostra intencional de estudantes e agentes formadores de policiais da referida instituição, focalizando a formação de praças militares de uma unidade da corporação na Paraíba. Dentre as principais conclusões do trabalho, destacamos as seguintes: (1) O processo de formação policial militar por seguir o regulamento do Exército tem como conteúdo principal o disciplinamento dos policiais militares e a figura do inimigo do Estado, o que potencializa a rejeição aos direitos humanos na própria formação e nas práticas profissionais cotidianas; (2) o corpo do policial militar em formação é trabalhado de modo a se oferecer sem qualquer resistência à obediência das ordens dos hierarquicamente superiores, sendo a paixão pelo instrumento um dos elementos mais fundantes da gramática emocional a ser adquirido; e (3) o curso em si prepara o futuro policial para as práticas de manutenção da segurança pública, instituindo uma oposição entre a valorização do corpo forte e o conhecimento científico, este último sendo visto como ‘para os menos fortes’.