Entre raspas de mandioca e cheiro de farinha torrada: trabalho, memória e produção farinheira em Cuité-PB (anos 1950-1980).
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Humanidades - CH PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/2157 |
Resumo: | As casas de farinha foram por décadas os principais espaços de trabalho de muitas famílias agricultoras em Cuité-PB e região. Lugares de trabalho intenso e relações sociais, as casas produtoras de farinha de mandioca eram palco também de conversas e práticas de ajuda mútua. O presente trabalho tem por objetivo refletir sobre o mundo do trabalho dos agricultores e agricultoras que trabalharam nas casas de farinha de Cuité-PB, atentando para as suas memórias e experiências vivenciadas entre as décadas de 1950 e 1980. Nosso interesse consiste em analisar as representações destes homens e mulheres agricultores acerca de suas experiências no trabalho artesanal nas farinhadas, envolvendo as relações de trabalho, os aprimoramentos na unidade produtiva, e seu cotidiano para além do espaço de trabalho. O recorte temporal aqui estabelecido deve-se ao fato deste período contemplar a transição de aperfeiçoamentos em algumas etapas da produção de farinha, em especial a inserção do motor para a moagem das mandiocas. Este equipamento substituiu a roda de madeira, que era movida utilizando força braçal, consistindo numa atividade exclusivamente manual. A pesquisa parte da análise de fontes orais, e apresenta as perspectivas dos agricultores a respeito do seu mundo do trabalho, juntamente com as mudanças e vida fora dele. Através da metodologia da História Oral, entrevistamos um grupo composto por onze agricultores, sendo cinco homens e seis mulheres. Estes trabalhadores carregavam um conjunto de saberes e fazeres acerca do processo artesanal de produção da farinha, possuindo assim um caráter de exclusividade sobre o trabalho que realizavam. Suas lembranças acerca do ofício nas farinhadas apresentam também as relações de sociabilidade presentes nestes espaços: os laços de compadrio e ajuda mútua ocorriam enquanto práticas alternativas para resistir às difíceis condições enfrentadas. Com os aperfeiçoamentos nas unidades produtivas, os agricultores representam de maneira profícua as mudanças no ambiente de trabalho, atentando para os novos ritmos e adaptações exigidas. Suas representações acerca das farinhadas nos revelam também suas perspectivas e seu lugar social, de uma forma que suas vidas estão associadas ao trabalho. |