Filtro anaeróbio aplicado ao tratamento de esgoto sanitário.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: ANDRADE NETO, Cícero Onofre de.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Tecnologia e Recursos Naturais - CTRN
PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS EM REDE PROFLETRAS (UFRN)
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/16837
Resumo: Filtros anaeróbios são empregados para tratamento de esgotos desde a década de 1950, mas estão ainda em franco desenvolvimento, o que requer mais pesquisas. Esta Tese pretende contribuir para o desenvolvimento tecnológico dos filtros anaeróbios e para o avanço do conhecimento no domínio do tratamento anaeróbio de esgotos, a partir da hipótese de que os filtros anaeróbios são vantajosos para tratamento de esgotos sanitários diluídos ou concentrados, utilizando diversos materiais de enchimento e com fluxo nos sentidos ascendente ou descendente, desde que afogados. As pesquisas experimentais enfocaram quatro objetivos específicos: a análise dos filtros quando submetidos a baixas e altas taxas de carregamento orgânico; a avaliação comparativa do desempenho de vários materiais de enchimento; o estudo dos riscos de obstrução dos interstícios; e a análise funcional comparando o fluxo ascendente com o fluxo descendente afogado. Os experimentos foram desenvolvidos na estação experimental de tratamento de esgotos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em Natal, Brasil. Foram utilizados quatro filtros com volume de 3,36 m3 cada, que podiam ser alimentados com esgoto sanitário bruto ou com os efluentes de um decanto-digestor ou de um reator de manta de lodo. Os reatores foram submetidos a várias cargas hidráulicas e orgânicas em distintas etapas consecutivas, ao longo de mais de seis anos. Na pesquisa de materiais de enchimento, foram utilizados: pedra britada No 4; brita comercial; seixo rolado; tijolos cerâmicos vazados; anéis de eletroduto corrugado de plástico (conduíte cortado); tampas de garrafas de PET; e peças de plástico próprias para enchimento de reatores biológicos. Para a análise comparativa do sentido de fluxo foram utilizados filtros com fluxos diferentes e demais características operacionais idênticas. A escala das pesquisas (vazões de 2,5 a 15,0 m3/dia) e o uso de esgoto sanitário em condições de campo, permitiram obter importantes conclusões e a utilização imediata dos resultados em escala real. As principais conclusões mostraram que filtros anaeróbios podem ser utilizados com eficácia para tratamento de esgotos sanitários diluídos, ou efluentes de outros reatores anaeróbios, é possível obter alto rendimento (tempo de detenção de 5 horas e remoção de DQO maior que 85%) operando-os com carga orgânica elevada e podem produzir efluentes com DBO média menor que 30 mg/L e menos de 20 mg/L de sólidos suspensos. O tijolo cerâmico vazado, em face da surpreendente eficiência, revelou-se uma boa alternativa para enchimento. A brita comercial e o seixo rolado são alternativas viáveis à usual brita Nº4. O conduíte cortado e as tampas de garrafas podem ser utilizados como boas opções de alternativa às peças de plástico fabricadas para enchimento de reatores biológicos. Filtros anaeróbios de fluxo descendente afogado podem propiciar a mesma eficiência dos filtros de fluxo ascendente. Apesar da acumulação de lodo que tende a ocupar todo espaço disponível, o esgotamento do filtro mostrou-se uma operação capaz de remover o lodo em excesso. Também são apresentadas recomendações sobre a freqüência de remoção de lodo dos filtros anaeróbios, que é fundamental para a operação.