Agricultura familiar e sistemas alimentares no Sertão Semiárido: um estudo no perímetro irrigado várzeas de Sousa - PB.
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Humanidades - CH PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/33655 |
Resumo: | Esta dissertação tem por objetivo analisar o funcionamento dos sistemas alimentares construídos pelos agricultores familiares no Perímetro Irrigado das Várzeas de Sousa (PIVAS). Para tanto, realizamos uma pesquisa do tipo exploratória e descritiva, com abordagem quanti-qualitativa, e enfoque compreensivo, com uso de recursos metodológicos como: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, observação in loco, e aplicação de formulários e realização de entrevistas semiestruturadas com agricultores familiares do PIVAS. O estudo mostrou que os agricultores familiares se inseriram no PIVAS via seleção do governo do Estado da Paraíba (qualificados) e INCRA (assentados), após enxergaram nesse uma possibilidade de obter terra, renda e condições de trabalho. No âmbito da agricultura a pesquisa identificou principalmente a produção de coco e banana. No cenário da pecuária as principais criações encontradas foram de bovinos e aves, criadas no modelo semi-intensivo. Na produção agrícola diferentes estratégias produtivas foram percebidas, sendo predominante o uso de técnicas convencionais entre os agricultores qualificados e de técnicas agroecológicas entre os agricultores assentados. A venda dos cultivos para os atravessadores é visto como principal canal de comercialização utilizado pelos agricultores qualificados. Nessa realidade, em menor número, foi visto experiencias de venda direta em feira livre e por agroindústria familiar. Esses canais se integram respectivamente a circuitos longos e circuitos curtos de comercialização. Entre os agricultores assentados a comercialização é realizada por um pequeno número de atores, devido à ausência de um sistema de irrigação de ampla capacidade. Os poucos que comercializam nessa área vendem principalmente para atravessadores, e em menor quantidade aparece a venda em bancas localizadas às margens da BR230. Nessa situação, vemos a integração desses produtores a circuitos longos e curtos de comercialização respectivamente. A produção animal é feita por um número reduzido de agricultores nos dois grupos. Entre os canais de comercialização utilizados aparecem a entrega em domicílio para venda de aves e ovos e a venda para atravessadores para a venda dos bovinos, suínos e ovinos. Ao longo da trajetória desses agricultores no PIVAS, percebemos a presença do efeito de um conjunto de políticas públicas, que possibilitam inúmeros benefícios aos agricultores, porém, ainda apresentam entraves que impedem o acesso dos seus efeitos pela maioria deles. A produção para o autoconsumo, diversificada, realizada com base em práticas sustentáveis e destinada diretamente as necessidades alimentares da família do agricultor não constitui o foco para maioria, e é realizada principalmente pelos agricultores familiares assentados. Por outro lado, a produção com foco na comercialização, pouco diversificada, pautada no modelo convencional de agricultura constitui o interesse da maioria dos agricultores qualificados. Apesar de terem sido identificadas iniciativas de produção e comercialização de alimentos orgânicos ao longo da trajetória desses atores no PIVAS, que sinalizam as potencialidades desse grupo na oferta de alimentos desse tipo para a região, foi visto que o grande foco da produção da agricultura familiar nesse projeto, está hoje concentrado na agricultura convencional voltada para circuitos longos de comercialização. |