O que nos dizem as estórias dos que saíram: análise socioantropológica de narrativas biográficas de ex-membros da Assembléia de Deus.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: RODRIGUES, Débora de Fárias Silva.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/30739
Resumo: Este trabalho tem como objetivo principal analisar as estórias de sujeitos expulsos de comunidades religiosas em geral e especificamente da Assembleia de Deus (AD), focalizando os processos de estigmatização e de sua classificação como desviantes. A perspectiva teórica combina o conceito de “desvio” formulado por Becker e os de “estigma” e de “mortificação social”, como propostos por Goffman. A metodologia da pesquisa combinou a mobilização da narrativa biográfica da autora, com a estratégia de elicitação de narrativas biográficas de 8 indivíduos que deixaram a AD, bem como a realização de entrevistas semiestruturadas com eles, levando em consideração variáveis tais como sexo, orientação sexual, a permanência na comunidade religiosa, tipo de congregações/comunidades das quais participaram e motivo pelo qual saíram ou foram expulsos da instituição. Dentre as principais conclusões da pesquisa destacamos as seguintes: (1) as narrativas dos membros que saíram da AD apontam para a ativação de processos de estigamtização e de construção dos sujeitos “divergentes” como “desviantes”; (2) Os elementos que mais se repetem nas narrativas coletadas e analisadas foram as experiências de estigmatização e discriminação dos sujeitos que apresentam características consideradas desqualificadoras para as interações sociais no âmbito da AD, expressas através de olhares de reprovação, perda de cargos ocupados na comunidade e “rumores” (comentários); e (3) Dentre as queixas mais frequentes apresentadas peos ex-membros entrevistados estão as dificuldades decorrentes da fricção entre a identidade social e a identidade real, o abandono e rejeição por parte de familiares e ex-irmãos “na fé”.