Ceasa e intermediários na comercialização de hortigranjeiros em Campina Grande.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1983
Autor(a) principal: SOUSA, Ailton Elisiário de.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA RURAL E REGIONAL
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/3332
Resumo: O presente estudo teve por objetivo principal verificar se a CEASA de Campina Grande vem contribuindo para eliminar ou atenuar a ação de intermediários no processo de comercialização de produtos hortigranjeiros. O ponto de partida para esta investigação foi a observação de que, em geral, produtores e consumidores acreditam que são sempre injustificadamente altas as margens de comercialização e que os intermediários sempre ajustam suas margens a qualquer variação na demanda ou na oferta, às expensas dos próprios produtores e consumidores. Os principais tópicos analisados foram: margens de comercialização, suas variações e tendências, aplicações de markups nos segmentos atacadista e varejista do mercado e estruturas da produção e comercialização dos produtos selecionados. Para que fosse possível proceder uma análise comparativa, as séries históricas dos preços considerados foram separadas em duas, indicativas dos períodos anterior e posterior à implantação e funcionamento da CEASA/CG. Os dados necessários ao estudo foram coletados junto ao SIMA- Serviço de Informação de Mercado Agrícola, CEASA- Centrais de Abastecimento S/A de Campina Grande e João Pessoa, EMATER- Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural e CEPA- Comissão Estadual de Planejamento Agrícola da Paraíba. Os produtos selecionados para estudo foram abacaxi, batatinha e tomate, comercializados em Campina Grande através da CEASA, no período 1977-1980. Os critérios adotados para esta seleção foram: participação sobre o total do volume comercializado, origem do produto e concentração da produção. O estudo revelou que as margens totais de comercialização dos três produtos não decresceram significativamente, à exceção do abacaxi, após a CEASA haver sido instalada em Campina Grande. Revelou ainda que os responsáveis pela queda das margens de comercialização foram: a) para o abacaxi, os mercados atacadista e varejista, cabendo peso maior ao primeiro; b) para a batatinha, o mercado atacadista; c) para o tomate, o mercado varejista. A margem média de comercialização foi para o abacaxi, elevada no período 1972-1976 e baixa, no período1977-1981; para a batatinha, foi elevada em ambos os períodos, o mesmo ocorrendo para o tomate. Quanto à tendências das margens, as do atacado e varejo, para o abacaxi, foram crescentes para o período 1972-1976 e decrescentes para o período 1977-1981; para a batatinha, ambas foram crescentes para todo o período, não obstante a média do atacado houver se reduzido no segundo período e, para o tomate, as do varejo foram crescentes e as do atacado decrescentes no primeiro período, e vice-versa no segundo. No tocante aos markups, de modo geral, o mercado varejista foi quem mais realizou aplicações, colocando-se o setor tomateiro em primeiro lugar, sendo seguido pela batatinha e pelo abacaxi. O mercado atacadista contribuiu para a redução dos markups, situando-se em primeiro lugar o setor abacaxícola, vindo a seguir o tomate e a batatinha. A análise demonstrou por fim, que são os intermediários os maiores beneficiários da comercialização de hortigranjeiros, precisamente aqueles que realizam a integração das atividades de produção e comercialização. A ação da CEASA tem somente fortalecido tais agentes, sem que medidas sejam adotadas para a obtenção de mudanças nos processos de produção e comercialização que visem tornar menos longo o caminho a ser percorrido pelos produtos hortigranjeiros desde os produtores até aos consumidores. Para futuro alcance de resultados positivos neste sentido, recomenda-se então a adoção de uma estratégia de política econômica tal que, a comercialização de hortigranjeiros se realize de forma mais eficiente e produtiva, observadas a condições específicas de demanda e oferta e da própria atividade de produção. Este trabalho não foi mais abrangente pelas limitações já antes esclarecidos, contudo aponta diversos caminhos para a elaboração de novos estudo que determinem formulações de políticas geradoras de maior nível de bem-estar econômico e social.