Crescimento e desenvolvimento do pinhão-manso irrigado com águas residuária e salinizada - segundo ciclo de produção.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: NERY, Aparecida Rodrigues.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Tecnologia e Recursos Naturais - CTRN
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/995
Resumo: O pinhão-manso {Jatropha curcas L.) é uma planta oleaginosa, em processo de domesticação, com foco na produção de biodiesel. Visando-se a contribuir para o seu sistema de produção, realizaram-se, entre maio de 2008 e janeiro de 2009, dois experimentos em ambiente protegido, na área experimental do Centro de Tecnologia e Recursos Naturais da Unidade Acadêmica de Engenharia Agrícola da UFCG - PB, objetivando-se estudar os efeitos da irrigação com água residuária e águas salinizadas sobre o crescimento e desenvolvimento do pinhão-manso no segundo ciclo de produção, após poda das plantas, além de seus impactos sobre o solo e o estado nutricional da planta, ao término da pesquisa. As plantas foram cultivadas em lisímetros de drenagem (200 L) contendo 230 kg de solo, não-salino, não sódico. Para o Experimento I - uso de água residuária. adotou-se o delineamento estatístico em blocos casualizados em esquema fatorial 5x2+1 com quatro repetições, sendo estudados 5 níveis de reposição de evapotranspiração da cultura - ETc - Nr (Nri = 25; Nr2 = 50; Nr3 = 75; Nr4 =100 e Nrs = 125% da ETc), 2 sistemas de poda ('poda baixa' - plantas podadas a 40 cm de altura e, 'poda alta' - a 80 cm de altura) e 1 tratamento controle (irrigação com água do sistema público de abastecimento e sem restrição hídrica). No Experimento II - uso de águas salinizadas. os tratamentos consistiram de 5 níveis de condutividade elétrica da água de irrigação - CEa (N, = 0,60; N2 = 1,20; N3 = 1,80; N4 = 2,40 e N5 = 3,00 dS m"1 a 25 °C), também no delineamento experimental em blocos casualizados, com quatro repetições. Antes do início desse experimento, todas as plantas foram podadas a 80 cm de altura. Em ambos os experimentos, a parcela foi constituída por dois lisímetros, cada um com uma planta e as irrigações foram realizadas em turno de 3 dias. Experimento I - uso de água residuária: o estresse hídrico afetou o crescimento do pinhão-manso sendo a área foliar a variável mais afetada. Em níveis baixos de reposição hídrica, como 25% ETc, correu em atraso de 65 dias no início da floração. A produção de frutos foi mais afetada que o crescimento. As plantas mais produtivas, irrigadas com 125% de evapotranspiração, chegaram a produzir mais de 400g de sementes contendo 36,24% de óleo. A aplicação da água residuária fertilizou o solo. Ao final do experimento, melhorou soma de bases-S, a capacidade de troca catiônica-CTC, a saturação de bases - V e o pH aumentou linearmente com os índices de reposição hídrica. O sódio foi o elemento mais acumulado no limbo foliar (11.160 mg kg"1). As plantas submetidas à poda alta (80 cm) foram mais precoces e mais produtivas. Em geral, as plantas irrigadas com águas residuárias com níveis de reposição > a 50% da ETc, cresceram equivalente ou mais que as da testemunha e foram mais precoces. Em relação ao controle, a fertilidade do solo foi melhorada com a aplicação de água residuária, sendo mais perceptível sobre P, Ca, soma de bases (S), saturação de bases (V%) e capacidade de troca de cátions (CTC), com repercussão no N-foliar, P-foliar e Ca-foliar, mas sem melhoria na qualidade de óleo das sementes. Experimento II - uso de águas salinizadas: inicialmente, a salinidade da água de irrigação estimulou o surgimento de brotações, o número de folhas e a área foliar aos 30 dias após poda, cujos índices aumentaram com o incremento da CEa, aumentando a ETc. A partir de 90 dias, a ETc foi reduzida, linearmente, com o aumento da CEa. Ao final da pesquisa, a altura de plantas, o diâmetro caulinar, o número de folhas e a área foliar do pinhão-manso, foram afetados linearmente, com decréscimos de 2,52, 5,05, 15,45 e 12,17%, respectivamente, por aumento unitário da CEa. O início da floração (105 dias) e o início da frutificação (147 dias) assim como o início da maturação (188 dias) foram afetados, linearmente, pela salinidade da água, com atraso de praticamente duas semanas para cada dS m" . Os frutos do pinhão-manso amadureceram dentro de 9 a 10 dias, independente do nível salino. Os componentes de produção foram afetados com reduções de até 90% nas plantas irrigadas com água de 3,00 dS m . As plantas irrigadas com água de 3,00 dS m"1, até os 240 dias após a poda, produziram entre 1 ou 2 cachos, cujos pesos unitários da semente e do fruto foram reduzidos em em 20,60% e 27,92%, respectivamente, para cada aumento de 1 dS m"1 na CEa. Os íons solúveis se acumularam na solução do solo, segundo a sequência de concentração: Cl" > Na+ > HCO"3 > Ca++ = Mg*4" > K+ (29,05 > 17,39 > 10,00 > 9,40 = 9,22 > 0,36 mmolc L'1), sem tornar o solo salino. Os teores de Ca, S, Zn e Cu estiveram abaixo dos valores adequados, reportados na literatura. O Na foi o elemento mais acumulado no limbo foliar (15.477 mg kg"1). O teor de óleo do pinhão-manso irrigado com água salina é afetado linearmente. Decresceu em cerca de 30% o teor de óleo das plantas irrigadas com água de 3,0 dS m"1 (22,5% de óleo), comparadas às que receberam irrigação com 0,60 dS m"1.