Vulnerabilidade à seca e sustentabilidade nos assentamentos de reforma agrária do semiárido nordestino.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1997
Autor(a) principal: CUNHA, Luis Henrique Herminio.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/2310
Resumo: O semi-árido nordestino é uma região marcada por elevados indicadores de degradação sócio-ambiental e pelo recorrente desastre da seca, fenômenos que afetam principalmente aos segmentos mais vulneráveis de sua população rural (pequenos produtores familiares e trabalhadores assalariados). Contingente rural que, no entanto, é crescente, em termos relativos, em relação ao total da população rural brasileira. Este trabalho tem como objetivo avaliar até que ponto as experiências de reforma agrária nesta região têm se constituído numa estratégia de redução da vulnerabilidade às estiagens prolongadas para as famílias assentadas e, assim, podem representar mecanismos de desenvolvimento local sustentável. Para isso, tomamos o assentamento Quandú, localizado no município de Barra de Santa Rosa (microrregião do Curimataú Ocidental paraibano), como locus para o desenvolvimento da pesquisa de campo. Baseamos nossa análise nas relações que se estabelecem entre desastres, meio ambiente e desenvolvimento, tomando o conceito de vulnerabilidade como elemento articulador de nossas indagações, no âmbito de uma dinâmica de construção de um novo espaço social que é desencadeada com a desapropriação e assentamento das famílias. A experiência das 47 famílias assentadas no Quandú indica que a melhoria das condições de vida em uma comunidade podem criar condições favoráveis para que outras ações sejam iniciadas com o objetivo de fortalecer o desenvolvimento local, mas há o perigo de que este avanço em termos da qualidade de vida esteja mascarando uma vulnerabilidade à seca latente que põe em risco a sustentabilidade das ações empreendidas. Concluímos que as frágeis organização comunitária e participação social dificultam o desenvolvimento das potencialidades e capacidades existentes entre as famílias beneficiadas pela reforma agrária ao mesmo tempo em que reforçam importantes fragilidades. Desta forma, os assentados perdem oportunidades de reduzir seu grau de vulnerabilidade à seca e de tomarem nas mãos os destinos de seu próprio desenvolvimento sustentado.