A centralidade da luta simbólica para o MST: expansão da ocupação do ciberespaço na busca por reconhecimento.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: MENEZES, Antonio Simões.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/1311
Resumo: O processo de reinvenção do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) está em curso. Bandeiras clássicas, como o próprio modelo de reforma agrária reivindicado, são resignificadas. O MST também tenta aumentar e fortalecer suas alianças com movimentos sociais urbanos e convencer a sociedade da importância de uma produção agrícola pautada pela agroecologia. Ela embasa a proposta de ―Reforma Agrária Popular‖ elaborada pelo movimento em contraponto ao sistema de produção rural representado pelo agronegócio. Este conflito, que estrutura as interações entre os diversos agentes sociais com interesse nessa temática, ocorre simultaneamente nos campos simbólico e material. Porém, aos olhos do senso comum e de parte dos militantes do MST, apenas a luta concreta ganha destaque. A partir do referencial teórico baseado em autores como Fraser (2007) e Honneth (2003), foram problematizadas as demandas do MST por redistribuição e reconhecimento. Com o estudo da expansão da política de comunicação da organização pelo ciberespaço, viabilizado por meio da etnografia das ações do movimento na internet, foi detectado o alargamento da relação de interdependência entre os campos simbólico e material da luta desenvolvida pelo grupo. Para chegar a essa constatação, foi necessário realizar o mapeamento dos usos e apropriações de ferramentas on-line efetuadas pelo MST, em um novo espaço público intrincado pelas relações de poder que conformam as lógicas de atuação dos atores que constituem, segundo a segundo, o ―universo virtual‖, cuja equivocada percepção de separação com o mundo real foi superada gradativamente. Os resultados obtidos no trabalho permitem propor uma nova perspectiva na compreensão do MST, onde a luta no campo simbólico, por reconhecimento, não pode ser vista como secundária. Ela deve ser compreendida como central para o grupo, assim como sempre foi entendida a luta utilitária, pela conquista da terra. Ambas são equivalentes e mutuamente dependentes, pois compõem dimensões distintas de uma mesma realidade.