Uma análise discursiva dos modos de textualização do político em páginas de mídias tradicionais e alternativas do facebook
Ano de defesa: | 2021 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Humanidades - CH PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/17933 |
Resumo: | Nesta pesquisa, à luz da Análise do Discurso pecheutiana, objetivamos compreender como funcionam discursivamente, no Facebook, os sentidos do político textualizados em páginas de mídias jornalísticas tradicionais e alternativas acerca do acontecimento da Eleição Presidencial 2018 no Brasil. Para tanto, mobilizamos, na análise das páginas de mídias jornalísticas, as noções de lugar discursivo, formação discursiva (FD) e posições-sujeito, considerando as modalidades de interpelação do sujeito propostas por Pêcheux (1975 [2014]), a saber: identificação, contraidentificação e desidentificação. Especificamente, buscamos: a) caracterizar como os lugares discursivos de mídia tradicional e de mídia alternativa são definidos nos perfis das páginas selecionadas; b) analisar as posições-sujeito e efeitos de sentido que os sujeitos enunciadores e leitores colocam em cena/confronto ao produzirem gestos de interpretação sobre conteúdos políticos nas páginas selecionadas; c) avaliar como as posições-sujeito e efeitos de sentido investigados se relacionam com os lugares discursivos de mídia tradicional e alternativa. Temos como corpus seis páginas de mídias jornalísticas, sendo três delas pertencentes às mídias tradicionais (G1, UOL e Estadão) e três às mídias alternativas (Revista Fórum, The Intercept Brasil e Brasil 247). Nestas páginas, a partir do trajeto temático da relação entre democracia e ditadura, analisamos o lugar discursivo desses perfis, bem como o espaço das postagens e dos comentários, através de recortes discursivos concernentes ao primeiro turno das Eleições, ao segundo turno e após o pleito eleitoral, tomando como referência o período de setembro a dezembro de 2018. Com a análise, vimos que o sujeito midiático tradicional ocupa um lugar marcado pelo efeito de neutralidade, materializado pelos sentidos de objetividade, universalidade e imparcialidade. Em relação à textualização do evento político da eleição, nos três recortes discursivos das mídias tradicionais (MT), observamos um movimento de interpretação desdobrado em efeitos de democracia estabilizada, de tensionamento mínino entre democracia e ditadura e de manutenção da democracia. No espaço dos comentários das MT, notamos uma heterogeneidade de posições assumidas pelos sujeitos-leitores, dentre elas: i) de contraidentificação com o efeito de democracia estabilizada através da memória do golpe de 2016; ii) de identificação com a posição política de direita e iii) de identificação com os sentidos de democracia enquanto ordem, moralidade e religiosidade, por meio do discurso de anticorrupção. O sujeito midiático alternativo ocupa, por sua vez, o lugar discursivo dominado pelo efeito de militância, materializado por meio de sentidos de combate, denúncia e engajamento. Nos recortes discursivos da mídia alternativa (MA), foi possível observar a fabricação de efeitos de democracia instável, de tensionamento amplo entre democracia e ditadura e de resistência. No espaço dos comentários das MA, muitas foram, também, as posições assumidas pelos internautas, como, por exemplo: i) de identificação com a posição de democracia instável; ii) de contraidentificação com os sentidos autoritários a partir do combate à ditadura e iii) de identificação com o efeito de resistência produzido pelo sujeito midiático alternativo. De modo geral, constatamos que, na textualização do evento político da Eleição de 2018, a mídia tradicional inscreve-se numa FD tendente ao consenso quanto à estabilidade da democracia, enquanto a mídia alternativa, funcionando como espaço de contraponto, inscreve-se numa FD tendente ao dissenso em relação à estabilidade democrática, expondo sentidos que foram silenciados e atenuados na MT. Com este trabalho, percebemos que as práticas discursivas dos sujeitos midiáticos tradicionais e alternativos foram regidas pela ideologia, fazendo com que, no jogo entre o lembrar e o esquecer, entre os efeitos de neutralidade e de militância, o político fosse textualizado no Facebook. Os funcionamentos analisados expõem ao olhar leitor os confrontos das relações de força e de poder que constituem nossa sociedade e nossa história. |