Leishmaniose visceral canina no Semiárido Paraibano.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: SILVA, Raizza Barros Sousa.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Saúde e Tecnologia Rural - CSTR
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E SAÚDE ANIMAL
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/25736
Resumo: As leishmanioses são um complexo de doenças infecto-parasitárias, causadas por várias espécies de protozoários do gênero Leishmania. Possui caráter zoonótico e, por isso, é de grande importância para a Saúde Pública. Esta tese é composta por três capítulos sobre a leishmaniose visceral em cães e gatos na Paraíba, Brasil. Os dois primeiros são fruto do estudo epidemiológico da leishmaniose visceral canina (LVC) no município de Santa Luzia, localizado no semiárido paraibano entre os anos de 2015 e 2016. Durante as coletas de 779 amostras de sangue dos cães, foi aplicado um questionário epidemiológico aos tutores para o estudo dos fatores de risco, e as coordenadas geográficas da localização dos cães foram registradas para análise da distribuição espacial. A prevalência foi determinada através de três técnicas sorológicas, considerando positivas as amostras que reagiram em, pelo menos, duas delas. A prevalência de anticorpos anti-Leishmania infantum encontrada no município foi de 15% (117/779), sendo maior na zona urbana (15,2%) do que na rural (13,6%). O bairro que apresentou maior prevalência foi o Frei Damião com 26,4% (33/125), sendo considerado um fator de risco (OR = 1,245), e onde se confirmou um cluster de alto risco (RR = 2,48). Outros fatores de risco encontrados foram a criação semidomiciliar (OR = 1,798), para os cães da zona urbana, e a prática da caça (OR = 18,505), contato com bovinos (OR = 17,298) e ambiente onde o cão é criado (OR = 4,802), para os animais residentes na zona rural. Verifica-se elevada prevalência da LVC e ampla distribuição no município de Santa Luzia, porém de forma heterogênea. Sugere-se que medidas de controle e prevenção sejam priorizadas com base nos fatores e áreas de riscos identificados, a fim de maximizar a eficiência do programa e minimizar a chance de ocorrer novos casos caninos e humanos. No terceiro capítulo, descreveram-se os principais aspectos epidemiológicos, clínicos, anatomopatológicos, sorológicos e moleculares do primeiro relato de infecção por L. infantum em gatos domésticos no estado da Paraíba, Brasil. Os animais tinham lesões cutâneas multicêntricas, nodulares e ulceradas nas orelhas e focinho. Os gatos foram submetidos à avaliação clínica, seguida de exames sorológicos, molecular e parasitológico, com cultura e isolamento do parasita, e posterior caracterização isoenzimática. O caso 1 era uma gata adulta, sem raça definida e errante. O caso 2 era um gato adulto, sem raça definida e domiciliado. Ambos foram positivos para a presença de anticorpos anti-L. infantum. Na citologia dos nódulos cutâneos e linfonodos, foram visualizadas formas amastigotas de Leishmania spp. livres e no interior de macrófagos. Na histopatologia, as lesões se caracterizavam por dermatite granulomatosa nodular e/ou ulcerativa, associadas a formas amastigotas de Leishmania spp. intralesionais. Por meio da reação em cadeia da polimerase, amplificou-se a sequência do minicírculo do kDNA de L. infantum. Conclui-se que a infecção por L. infantum ocorre em gatos no estado da Paraíba, região Nordeste do Brasil e ressalta-se a necessidade de compreender o perfil imunológico e epidemiológico da leishmaniose visceral na população felina com vistas às medidas de controle em saúde pública.