Colônia indígena São Pedro do Pindaré: índios aldeados e ‘incivilizados’ no Maranhão Imperial - (1840-1860).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: FONSÊCA, Karilene Costa.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/28357
Resumo: O presente trabalho dissertativo trata da Colônia São Pedro do Pindaré- Maranhão em 1840-1860-Colônia indígena: local de “civilização e catequização” dos indígenas as margem do rio Pindaré, em detrimento do projeto “geral de civilização”. Foi uma Colônia indígena, proposta e findada pelo projeto da política indigenista do Maranhão, século XIX, utilizada como modelo para as demais Colônias de índios. Objetivo central para a construção dessas colônias indígenas findou-se na ideia: quando os indígenas “colonizados”, deixariam de praticar seus modos vivendi, e assim esqueceriam as suas indianidades, ocorrendo o “desaparecimento sociocultural” destas populações. A Colônia estava localizada as margens do rio Pindaré, é um dos principais afluentes do Maranhão, responsável pela alimentação das populações desta localidade, foi uma região ininterrupta de construções de engenhos. De acordo com as fontes compiladas, a ideia finda pela política indigenista desse século para a criação da Colônia São Pedro do Pindaré, foi de facilitar a navegação do rio Pindaré, uma vez que, os índios Guajajara, habitantes nas margens desse mesmo rio, tornavam o acesso e o trânsito dos não indígenas arriscadíssimo, pois atacavam as embarcações. Na busca de superar tal situação, o então Presidente da Província, o Marquês de Caxias, ordenou que se fundassem uma Colônia a direita do dito rio, com o nome: São Pedro do Pindaré, sob as ordens do Diretor Tenente Coronel Fernando Luís Ferreira. Os documentos que descrevem sobre esta Colônia, correspondem ao Diretório de Índios: são ofícios trocados entre diretores da Colônia e os presidentes da Província, relatórios dos presidentes e diretórios que administraram a Colônia São Pedro do Pindaré. Além de mapas e Leis deste período. O recorte temporal escolhido ocorreu em virtude da variedade documental existente. Objetivamos a partir das fontes históricas arroladas e discussões teórico-metodológicas, problematizar os discursos sobre as políticas indígenas e indigenistas, desconstruindo as descrições da historiografia local, pois apresentam os indígenas Guajajara como meros expectadores das histórias de contatos interétnicos, onde, ao contrário, observamos na documentação consultada até o momento, as diversas ações indígenas, construíram: agenciamentos diante dos colonizadores, da ocorrência de conflitos, acomodações e negociações. Procuramos também revisitar na documentação o cotidiano dos Guajajara, no sentido de conhecemos as suas práticas socioculturais, religiosas e políticas. As reflexões aqui apresentadas procuram evidenciar, sobretudo a importância do estudo do lugar do índio na História do Brasil, compartilhando o seu passado e relendo suas memórias que foram documentadas na escrita do outro.