Experiência escolar e perspectivas do estudante/trabalhador de Toritama/PE: entre os desafios da formação e as exigências do trabalho na confecção.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: ANDRADE, Fabiano José de.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
MESTRADO PROFISSIONAL DE SOCIOLOGIA EM REDE NACIONAL - CAMPINA GRANDE
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/17321
Resumo: A experiência docente na rede pública de ensino na cidade de Toritama, agreste pernambucano é o ponto de partida da presente pesquisa. O município conhecido como a Capital do Jeans tem na confecção o principal motor de sua economia e um dos principais traços do seu cotidiano. No que se refere à educação, na etapa do ensino médio especificamente, buscamos investigar como os jovens conciliam ou não as atividades escolares e as obrigações com a confecção e como projetam seu futuro a partir dessa realidade. O estudo ocorreu na escola Estelita Timóteo e abrangeu 60 estudantes ligados à confecção. Cada estudante/trabalhador respondeu um questionário que permitiu traçar um perfil socioeconômico, além de perguntas acerca da relação trabalho e escola. Em seguida três entrevistas na forma de grupo focal permitiram uma abordagem qualitativa dos dados. Foi observado que o trabalho na confecção é marcado pela informalidade e repercute na vida social da cidade como um todo. No caso da educação, boa parte da vivência escolar é pensada ou influenciada pelo elemento do trabalho, o que nos permitiu a reflexão a partir do conceito de habitus em Bourdieu (1992). O esgotamento físico decorrente das jornadas prolongadas e as dificuldades de prosperar financeiramente com a confecção têm desestimulado alguns estudantes a permanecer no ramo, fazendo com que busquem alternativas. No grupo pesquisado foi citado com ênfase o desejo de seguir carreira universitária, ainda que muitos não tenham a referência desta disposição nas suas famílias, daí a nossa fundamentação, neste ponto, a partir do pensamento de Lahire (1995). Tal disposição que cresce entre estes estudantes/trabalhadores parece ser um reflexo, por um lado, da falta de perspectiva com a confecção e, por outro, das possibilidades objetivas de uma carreira de nível superior resultantes das políticas de acesso à universidade.