Entre agricultores e industriosos: circulação da ciência e mobilização de olhares por senhores de engenho e lavradores de açúcar (1798-1834).
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Humanidades - CH PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/24983 |
Resumo: | O objetivo deste trabalho é reavaliar uma discussão clássica nas ciências sociais e na historiografia que afirmou que sem processos de transformações sociais definitivamente realizados, em particular no campo, a circulação de ideias e de saberes ficaria impossibilitada, interpretação que conferiu justamente à elite do açúcar no Brasil um perfil anti-reformista. O foco da pesquisa consistiu principalmente na mobilização de ideias ilustradas pró reformas técnico-científicas e de campos científicos por personagens da produção açucareira no Brasil de fins do século XVIII e o começo do XIX através da circulação de livros e de memórias de autoria deste grupo. Assim sendo, o recorte temporal (1798-1834) está circunscrito ao período em que se constata o começo de um processo de produção de memórias, de técnicas e de ideias por personagens da produção açucareira, amparada por instituições como a Universidade de Coimbra, a Sociedade Auxiliadora da Industria Nacional e a Sociedade de Agricultura Commercio e Industria da Provincia da Bahia. Nosso objeto, portanto, recai não na estrutura de um pensamento fechado, mas em sua mistura dada na circulação de ideias e das respostas locais. Sobre este assunto, seguimos as reflexões de Serge Gruzinski (2001; 2014) e de Kapil Raj (2007; 2015; 2017), pois estamos interessados não na centralidade de um ou de outro lado do globo, seja o mundo europeu, costumeiramente definido como lugar de onde saíam as ideias do Iluminismo, seja o Mundo Novo, definido como lugar da recepção dessas ideias. Ao contrário, buscamos detectar os intercâmbios entre um e outro. Através de um pequeno grupo da sociedade do açúcar, composta por senhores de engenho e lavradores, buscamos demonstrar como a circulação de ideias pró-reformas técnico-científicas e utilitaristas, através de livros e de memórias, constituiu um esforço coletivo neste contexto histórico expresso na expressão “agricultores e industriosos”. |