O ensino de gramática e a formação docente: a inovação/conservação influenciando a prática pedagógica.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: MEDEIROS, Rosa Maria da Silva.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/2589
Resumo: O fato de o ensino de gramática ser um dos principais desafios a ser enfrentado pelos professores que se preocupam em dar um sentido funcional ao estudo da Gramática na sala de aula, despertou-nos o interesse em desenvolver uma pesquisa sobre esse ensino, enquanto saber. Enquanto um saber que vem sendo estudado, ensinado e criticado há muito tempo. Um saber que tem uma trajetória histórica cujo conhecimento pode servir para a compreensão do seu desenvolvimento atual e da persistência de determinadas práticas de ensino antiquadas e ineficazes que, apesar das criticas, perduram até os dias atuais. Um saber que atravessa o tempo mantendo-se quase inalterável na prática de ensino de professores de gerações completamente diferentes. Esse interesse é consequência de uma inquietação adquirida por nós ao longo da leitura de trabalhos académicos (Travaglia, 1996; Possenti, 1998; Antunes, 2003) que, para discutir o modo como esse conteúdo é abordado em sala de aula, ora focam o olhar analítico no próprio manual de gramática, ora direcionam esse olhar aos procedimentos metodológicos adotados/ou a serem adotados pelo professor durante a aula. Não encontramos, todavia, nesses trabalhos, registro de um enfoque que buscasse compreender a construção desse saber ao longo do tempo, e que influência essa sua trajetória pode ter no modo como esse saber é tratado nas escolas. A fim de refletirmos sobre a construção desse saber, realizamos um estudo de caso com uma professora de Língua Portuguesa que leciona há 18 anos em uma escola pública de Campina Grande, e cujo perfil delineia uma profissional que está continuamente se formando. Entre os cursos de atualização, destacamos o curso de formação continuada dos Parâmetros em Ação (PA), por ela ter sido a única professora da área a concluí-lo. Como embasamento teórico, fizemos uma retrospectiva histórica sobre o ensino da Língua Portuguesa no Brasil do século XVI ao XXI, e abordamos os estudos teórico-metodológicos vigentes, atualmente, sobre o ensino da gramática (Moura Neves, 2002); (PCN, 1998) etc. . Além desse arcabouço teórico, abordamos estudos reflexivos (Tardif, 2000), (Signorini, 2007) etc. acerca dos saberes docentes mobilizados na prática pedagógica e que contribuem para compreendêla e interpretá-la. Somando-se a esses estudos, também recorremos à noção de Memória, na perspectiva da História oral (Albert, 2004), (Pollak, 1992); (Menezes, 1983); e da Análise do Discurso (Orlandi, 2005), na intenção de (re)constituir a possível matriz de percepções, de apreciações e de ações (re)construída pela professora ao longo de sua formação. Constatamos que o saber (os saberes), relativo(s) a procedimentos teórico-metodológicos do ensino gramatical que influencia(m) a prática da professora, é um saber (saberes) constituído(s) tanto pela conservação como pela inovação desse ensino. E esse(s) saber(es) - juntos, imbricados - influencia(m) a sua prática pedagógica de modo que se pode configurar o seu saber-fazer/ensinar gramática como o entrelaçamento da Conservação x Inovação, 'fruto' da trajetória de formação inicial e continuada dessa professora.