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Os conflitos do professor em relação à gramática e à sua transposição didática: análises de um material didático, uma aula e uma entrevista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Viani, Renan Bernardes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/216136
Resumo: O objetivo central da presente pesquisa é identificar os principais conflitos de uma professora de escola pública brasileira em relação à transposição didática da gramática a partir da análise de uma aula, do material didático usado em aula — uma apostila — e de uma entrevista em que a professora comenta fragmentos de sua aula. Com isso, damos continuidade aos estudos do grupo ALTER-FIP (HERNANDES-LIMA, 2020; VOLTERO, 2018; ABREU-TARDELLI, 2017a), pautados no quadro teórico-metodológico do grupo ALTER (MACHADO, 2010), que visa compreender e desenvolver o trabalho docente, unindo aportes do Interacionismo Sociodiscursivo (BRONCKART, 2006, 2008, 2009; BRONCKART; MACHADO, 2004; MACHADO; BRONCKART, 2009), da Didática de Línguas (BRONCKART; SCHNEUWLY, 1991) e da Clínica da Atividade (CLOT, 2006, 2010). Os dados desta pesquisa compreendem: o vídeo de uma aula sobre um tópico gramatical escolhido pela docente; o vídeo de uma entrevista de autoconfrontação simples; e o material didático usado na aula registrada (SÃO PAULO, 2014). Ambas as gravações em vídeo provêm do projeto intitulado “Da formação continuada à formação inicial: uma intervenção no ensino (da gramática) da língua portuguesa”, aprovado pelos Editais 2014 e 2015 do Programa Núcleos de Ensino da UNESP (ABREU-TARDELLI; SILVA-HARDMEYER, 2016). A realização da entrevista seguiu o procedimento de autoconfrontação simples (CLOT, 2006, 2010), método em que, na presença de um interventor, o docente comenta fragmentos da filmagem de sua própria aula. Para a análise do prefácio e texto de orientação do material didático, realizamos a construção de seu plano global de conteúdos temáticos, presente no modelo do folhado textual de Bronckart (2009). Analisamos o roteiro de aula proposto no material didático e a aula filmada adotando a ferramenta da sinopse (SCHNEUWLY; DOLZ; RONVEAUX, 2006; CORDEIRO, 2015), ou seja, sintetização de sequências de ensino que possibilita evidenciar a organização hierárquica e linear da transposição didática realizada em aula, movimento que constitui o processo de construção e transformação do objeto ensinado. O critério para o recorte da entrevista foi a identificação dos fragmentos em que emergem textualmente os aspectos conflituosos que constituem tanto os objetos de ensino em si, concebidos pela docente como gramaticais, quanto o trabalho em classe com a transposição didática de tais objetos. Para a análise da entrevista, adotamos o modelo do folhado textual (BRONCKART, 2009). Em relação ao material didático e à aula, os resultados mostram que, embora seja apresentada, na introdução da apostila, uma abordagem de gramática associada ao nível textual, a transposição didática proposta na apostila e na aula concebe os objetos gramaticais como termos vinculados a definições pré-estabelecidas, articulados a um saber-fazer descontextualizado do nível textual. Em relação à entrevista, os resultados mostram que o procedimento de autoconfrontação nos possibilitou verificar os conflitos em relação a não seguir a lógica sequencial prescrita no material didático, conseguir despertar o interesse do aluno e evitar ensinar a gramática como uma memorização sem sentido.