Negócio de acampar pra pegar terra é pra cabra macho. A construção social do lugar de militância política no MST: uma discussão de gênero.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: GAIÃO, Wilmar Roberto.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/2269
Resumo: Procuramos desenvolver nesta dissertação uma análise da construção social do lugar da militância política no MST, a partir de uma análise de gênero, enquanto um lugar discursivo elaborado socialmente. Para isso desenvolvemos um pesquisa através dos documentos do MST e de entrevistas de militantes já assentados, mas que tiveram participação em todo o processo de luta do acampamento, bem como no processo de assentamento. Sendo assim, foram analisados perto de 100 documentos do movimento, bem como foram entrevistados 14 militantes do assentamento Massangana III - Cruz do Espírito Santo/Pb -, numa abordagem qualitativa através de história de vida, observação participante e análise de discurso. Inicialmente buscamos caracterizar o gênero do modelo de militante do Movimento dos Sem Terra, segundo os critérios socialmente definidores do que seja masculino e feminino. No segundo capítulo buscamos aprofundar as estratégias que o MST propõe para a construção desse modelo de militante, construindo a subjetividade desse modelo através de estratégias educativas, formativas, emocionais e corporais do militante. Finalmente, no terceiro e último capítulo buscamos compreender as repercussões do modelo e das estratégias do MST, sobre as subjetividades dos militantes, percebendo também como eram tratados as subjetividades dissidentes que não assumiam o modelo masculino e viril proposto pelo movimento. Verificamos assim que, dentro do MST não ocorre profundas transformações nas relações de gênero, pois o movimento apresenta um modelo de militante e um processo de subjetivação desse modelo que reforça o modelo socialmente construído, em que o masculino, enquanto uma construção socialmente construída de forma viril, deve dominar e impor-se sobre o feminino.