Uma cartografia da escolarização infantil em Campina Grande: entre novos discursos, velhas práticas e a emergência do pensamento moderno (1920-1932).
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Humanidades - CH PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/15085 |
Resumo: | A dissertação analisa os discursos sobre o processo de escolarização da infância na cidade de Campina Grande, entre a década de 1920 e o ano de 1932, perscrutando as práticas discursivas que deram visibilidade a um novo modelo de organização escolar fundado em torno de saberes médico-higienistas, político-pedagógicos e cívico-militares. Campina Grande experimentou durante a década de 1920 o desenvolvimento material e cultural marcado pela primazia que assumiu como centro do comércio e beneficiamento do algodão. O crescimento da cidade, verificado com o aumento populacional e novas relações ligadas à sociabilidade burguesa, inquietou a elite letrada e política local, que começaram a pensar em novos rumos para a cidade pelo viés da formação escolar como instrumento ideal para transformação e disciplinamento dos indivíduos. A escolarização dos campinenses, em especial das crianças, passara a ser o alvo de discursos que intentavam demarcar neste processo a possibilidade do progresso econômico e cultural desejado para cidade. Questionamentos sobre o modelo escolar ideal para alcançar tal intento foram frequentes, sendo resultados de saberes que começavam a circular em alguns setores da sociedade local através de impressos. Outrossim, surgiram escolas que tentavam satisfazer aos reclames de uma sociedade em transformação, propondo mudanças para o ensino, como o Instituto Pedagógico em 1919 e o Grupo Escolar Solon de Lucena em 1924. A chegada destes estabelecimentos expusera na vitrine da escolarização campinense novos espaços higiênicos, pedagogicamente pensados e marcados pelo ensino laico de forte conteúdo cívico, apontando a transição do modelo mestre-escola/casa-escola para características de grupo escolar. Para investigar as transformações desenvolvidas a partir deste processo de escolarização, fizemos uso da metodologia da análise dos discursos, mapeando os discursos nas fontes impressas como livros e periódicos, de modo a compreendê-los a partir das suas condições de produção e reprodução, observando as repetições, regularidades e desvios nos seus enunciados. Operacionalizamos o estudo em destaque nesta dissertação com o uso, principalmente, dos diálogos teóricos estabelecidos com Michel Foucault (saber/poder e análise de discursos), Cynthia Greive Veiga (escolarização como dispositivo) e Joan Scott (Gênero como categoria de análise histórica). No âmbito da historiografia sobre educação, contribuíram para a temática desenvolvida nesta dissertação, entre outros autores/as, Antonio Carlos Pinheiro, Luciano Faria Filho, Clarice Nunes e Heloísa Villela. |