“Conduta de pais, caminhos de filhos”: conflitos familiares na cidade da Bahia (1779-1799)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: ALVES, João Eudes do Nascimento.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/17954
Resumo: A Cidade da Bahia (atual Salvador) foi o palco de conflitos familiares que ultrapassaram a vida privada e o espaço doméstico, bem como o tempo, os quais chegaram até nós por meio de uma documentação oficial encontrada no Arquivo Histórico Ultramarino. Nessa trama, pais e filhos protagonizam uma disputa repleta de acusações mútuas e posturas ambíguas intermediadas por um aparato jurídico-moral e pelas autoridades administrativas portuguesas. A formalidade que caracteristicamente compõe os manuscritos oficiais não inibiu a presença de dilemas e sentimentos genuinamente humanos, como o medo, a raiva, a solidão, a esperança e o afeto. A complexidade que envolve as emoções e as práticas desses protagonistas históricos é parte elementar de toda a análise e construção narrativa deste texto, posto que as famílias, vivendo suas lutas de poder internas, revelavam por pressuposto uma complexidade política, social e cultural em escala maior, isto é, a América Portuguesa. Este trabalho se insere, pois, na área de pesquisa sobre a História da Família. A partir de uma abordagem micro-histórica à Ginzburg, analisamos o drama de duas famílias, Almeida e Queirós, residentes na Cidade da Bahia, a fim compreender a dinâmica sociocultural da América Portuguesa após os decretos de D. José I e D. Maria I (1775 e 1784, respectivamente) que versavam sobre questões como o abuso do pátrio poder e a liberdade dos filhos. Para tanto, nos utilizamos da sociologia de Norbert Elias e dos seus conceitos de figuração, interdependência e equilíbrio de tensões, posto que encaramos a autonomia/liberdade de nossos agentes dentro de uma rede de interdependências e de acordo com as possibilidades e necessidades do contexto social em que viviam.