“Só DEUS, só JESUS!”: o “polícia solidária” e a sensação de (in) segurança dos moradores do bairro do José Pinheiro, Campina Grande-PB.
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Humanidades - CH PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/1230 |
Resumo: | Este estudo versa acerca da relação interacional entre os moradores do bairro do José Pinheiro e os policiais militares engajados no programa “Polícia Solidária” no mesmo bairro, na cidade de Campina Grande, e a influência de tal interação para a sensação de segurança dos moradores. Para tanto, partindo-se dos conceitos-chaves de policiamento comunitário propostos por Skolnick, Bayley (2002) e Trojanowicz, Bucqueroux (1999) que podem ser sintetizados em “reorientação das atividades de patrulhamento”, descentralização do comando”, “supervisão das atividades policiais” e “prevenção à criminalidade” desenvolvidos com vistas à uma aproximação entre os policiais militares e os moradores, bem como para a melhoria da sensação de segurança destes. Diante disso, analisou-se sob a perspectiva qualitativa através de incursões etnográficas, entrevistas, conversas informais e observação participante e não-participante, a percepção tanto dos moradores quantos dos policiais militares, sobre tais temáticas, de modo que ao fim, pôde-se descrever e analisar como era a relação entre os moradores e policiais militares do bairro. Os resultados indicaram que apesar de haver uma estrutura física que faz menção ao programa “Polícia Solidária” no bairro, qual seja, a Unidade de Polícia Solidária do Bairro do José Pinheiro, as ações de policiamento desenvolvidas no bairro, correspondiam às facetas preventivas e repressivas do policiamento tradicional, e não do policiamento comunitário, de modo que não havia uma aproximação consensual entre os policiais militares e os moradores do bairro, o que interferia na melhoria da sensação de segurança destes últimos. Em síntese, pode-se dizer que o patrulhamento era móvel e aleatório, abrangia uma extensa área territorial; bem como, que a referida Unidade de Polícia Solidária ainda atuava conforme um modelo centralizador de planejamento e execução das atividades policiais; e também que a supervisão das atividades policiais e a eventual responsabilização dos policiais militares eram precárias e ineficientes; por fim, concluiu-se que a prevenção à criminalidade seguia a lógica da filosofia de policiamento tradicional por meio do patrulhamento móvel, bem como abordagens e buscas pessoais esporádicas. Em razão da atuação policial insuficiente e da maciça presença das atividades criminosas, os moradores do bairro recorriam ao elemento sobrenatural, “Deus”, “Jesus”, como forma de proteção, o que evidenciava a ineficiência do Estado em promover políticas de segurança pública adequadas. |