Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Souza, Karoline Coelho de Andrade e
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Orientador(a): |
Corrêa, Murilo Duarte Costa
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Banca de defesa: |
Costa, Lúcia Cortes,
Matos, Andityas Soares de Moura Costa,
Leandro, José Augusto,
Borges, Clara Maria Roman |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual de Ponta Grossa
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais Aplicadas
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Departamento: |
Setor de Ciências Sociais Aplicadas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/2548
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Resumo: |
O presente estudo teve como objetivo analisar os discursos e práticas que envolveram a implantação das Unidades Paraná Seguro, e a referente atuação policial, na cidade de Curitiba, durante os anos de 2012 a 2015. Para atingir este objetivo utilizou-se de uma metodologia qualitativa, por meio de um estudo de caso das UPS em Curitiba, pautada em pesquisa documental e bibliográfica. Foram mobilizados campos teóricos interdisciplinares, mas com um objeto de estudo em comum: a polícia. Em um primeiro momento, recorreu-se à análise histórica da polícia, tanto em seu desenvolvimento europeu, quanto brasileiro, como também às teorizações dos policing studies com o intuito de compreender a polícia, bem como a fim de descrever suas transformações ao longo do tempo. Em seguida, o trabalho voltou-se para análise empírica das Unidades Paraná Seguro para estabelecer seus contornos: além de analisar os discursos e práticas, também procurou-se examinar o contexto socioeconômico de Curitiba e, mais especificamente, dos bairros selecionados para implantação das Unidades. A partir dos dados colhidos e da compreensão atenta da polícia sob a perspectiva histórico-sociológica, pode-se perceber uma falta de correspondência entre o que as Unidades foram, a partir do trabalho policial realizado, e a maneira como é compreendida a polícia nesses dois campos de estudo. Assim, tanto a matriz histórica, quanto os policing studies compreendem a polícia em sua face tão somente repressiva – a polícia como instrumento do monopólio da força do Estado que foi embrutecida pelas características históricas do Brasil. Para realizar uma análise que pudesse compreendê-la da forma mais integral possível, recorreu-se à filosofia de Michel Foucault, formulando-se a hipótese de que as Unidades Paraná Seguro seriam, além de formas de atuação da polícia-repressão, também uma forma de mobilizar o aparelho policial no sentido de transfigurar a polícia em um agente bioeconômico da cidade. O programa foi dividido entre UPS-Segurança, encarregada dessa faceta repressiva, e UPS-Cidadania, como forma de permitir a inclusão da comunidade e de seu território nas veias do capitalismo cognitivo com a proposta de resolver problemas atinentes à vulnerabilidade social e de levar cidadania às comunidades. Em última instância, pode-se perceber que, além da atuação biopolítica da polícia, o programa procurou desenvolver uma forma específica de cidadania, a qual atribuímos o nome de cidadania governamentalizada, por tratar-se da inclusão da vida em novas formas de controle a partir do elemento econômico travestida de desenvolvimento da dimensão política, social e democrática da cidadania. |