Agrofloresta no Semiárido Cearense: um estudo de caso no município de Nova Olinda.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: SILVA, Teresinha Teixeira da.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Saúde e Tecnologia Rural - CSTR
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/14026
Resumo: A agrofloresta foi inicialmente utilizada pelos povos indígenas. Atualmente, é desenvolvida, principalmente, nas regiões tropicais e subtropicais do planeta. Caracteriza-se pela mistura de árvores ou arbustos nos campos de produção agrícola ou pecuária, proporcionando benefícios a partir das interações ecológicas e econômicas que se desenvolvem nesse processo. Na atualidade, o termo agrofloresta tem se destacado nos cursos técnicos e superiores de Ciências Agrárias e Ambientais em vários setores da sociedade e, principalmente, no meio rural. O principal objetivo deste trabalho foi comparar um sistema agroflorestal em relação à agricultura convencional no semiárido cearense, visando conhecer qual dos modelos agrícolas apresenta maior viabilidade econômica e ambiental, realizando um estudo de caso no município de Nova Olinda, no Estado do Ceará. O diferencial dos sistemas agrícolas: convencional e agroflorestal foi avaliado através de dados coletados em questionários respondidos por dois agricultores que utilizam esses sistemas em suas propriedades. Com o agricultor agroflorestal, foi realizada entrevista semiestruturada. Para o teor de fertilidade do solo nas áreas estudadas, foram colhidas amostras de solos. A análise ambiental foi promovida através do cálculo de performance ambiental, partindo dos parâmetros apresentados no Guia do Meio Ambiente para o Produtor Rural. Utilizou-se a análise descritiva, oportunidade em que se agruparam em tabelas os dados colhidos junto aos agricultores familiares, levando-se em consideração as variáveis de cunho econômico e ambiental. Os dados foram coletados entre novembro de 2011 a junho de 2012. A experiência do agricultor José Raimundo de Matos (Zé Artur) com a agrofloresta teve início em 1995, quando tomou conhecimento através da Associação Cristã de Base (ACB), da prática agrícola de plantar sem brocar e sem queimar. A princípio, o agricultor não acreditou, porém, ao aderir à prática de não queimar, teve resultado muito satisfatório. Os resultados positivos apresentados pelo sistema agroflorestal desenvolvido por Zé Artur revelam que essa prática agroecológica, em muito, supera a agricultura convencional. Todavia, o agricultor enfatiza que esses resultados são frutos de um investimento em mão de obra superior à agricultura convencional, face ao SAF exigir uma atenção maior por parte do agricultor junto à produção. Além de ser um exemplo de produção sustentável, o SAF do senhor Zé Artur também vem sendo uma das atrações do roteiro turístico do município de Nova Olinda. Com grande frequência, a referida propriedade é visitada por estudantes da região, por turistas e pesquisadores, que querem conhecer de perto o sucesso de sua experiência. A atividade agroflorestal é uma prática que possibilita uma melhor convivência com as adversidades de ordem climática tão presentes nas regiões semiáridas. A agricultura agroflorestal supera, em viabilidade econômica, a agricultora convencional, apresentando um rendimento duas vezes maior em ganhos financeiros. As características físicas e químicas do solo, no sistema agroflorestal, superam positivamente a agricultura convencional. O Sítio Taboleiro, onde é desenvolvido o sistema agroflorestal, possui uma boa performance ambiental, enquanto, no Sítio Patos, da agricultura convencional, essa performance é baixa.