Agroecologia quilombola ou quilombo agroecológico? Dilemas agroflorestais e territorialização no Vale do Ribeira/SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Biase, Laura De
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-10112016-141204/
Resumo: A pesquisa apresentada nesta tese tem como objetivo realizar uma análise e reflexão sobre as estratégias metodológicas da agroecologia, com o intuito de compreender a forma pela qual lógicas econômicas não capitalistas (camponesa, quilombola e/ou indígena) têm participado e/ou poderiam participar do processo de construção- concepção e execução- deste campo do conhecimento. Numa busca por caminhos que indicassem as formas de equalizar as relações de poder inerentes ao diálogo de saberes e fazeres previsto na teoria agroecológica, optou-se por analisar a comunidade quilombola do bairro Ribeirão Grande -localizada no Vale do Ribeira, Barra do Turvo/SP - e suas experiências de produção agroflorestal e envolvimento com uma associação/cooperativa agroflorestal reconhecida nacional e internacionalmente, a Cooperafloresta. O recorte analítico neste território, portanto, compreende a investigação tanto sobre a comunidade quilombola, quanto sobre as estratégias metodológicas da Cooperafloresta. No decorrer da pesquisa identificou-se a existência de uma tensão entre o saber-fazer quilombola e o saber-fazer agroflorestal. Para compreender o processo de formação deste conflito e analisar as formas de relação estabelecidas no âmbito das experiências agroecológicas, realizou-se: uma análise biográfica da liderança quilombola Nilce de Pontes Pereira do Santos; um histórico e caracterização da comunidade do Ribeirão Grande desde o seu interior; e uma discussão sobre a forma pela qual a Cooperafloresta se constituiu naquele território. A intersecção entre estas três perspectivas de análise nos permitiu estabelecer cinco constatações, que se orientaram, de forma geral, para a identificação da contribuição da geografia à agroecologia . A conclusão desta pesquisa indicou a pertinência da orientação do método agroecológico à apreensão da totalidade da identidade local e da agroecologia enquanto contribuição ao movimento de comunidades rurais não capitalistas.