Representações de gênero em meio a uma modernidade seletiva: a imprensa periódica na Paraíba e em Pernambuco nas décadas de 1870 e 1880.

• Ano de defesa: 2016
• Autor(a) principal: OLIVEIRA, Patrícia Barros de.
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande; Brasil; Centro de Humanidades - CH; PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA; UFCG
• Palavras-chave em Português: Representações de gênero - imprensa; Imprensa periódica - gênero; Jornais da Paraíba e Pernambuco; Gênero - representação; Representações culturais; Relações de gênero; Parahyba do Norte; Modernidade seletiva; Imprensa século XIX; Gender; Genre - representation; Gender representations - press; História
• Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/941

Este trabalho trata das representações culturais que registraram as interfaces entre género e modernidade na Parahyba do Norte e em Pernambuco durante as décadas de 70 e 80 do século XIX. Para pensarmos as relações de género mobilizamos a teoria de género de Joan Scott, qual seja a de não polarização dos sexos; também nos valemos do conceito de práticas e representações culturais de Roger Chartier; e de modernidade para Gumbrecht, que a entende no formato de cascatas, cenário no qual múltiplas ideias e conceitos ganham forma sequencialmente, e para Koselleck, que a demarca a partir de mudanças responsáveis por reconfigurar o espaço de experiência e o horizonte de expectativa da sociedade a partir de fins do século XVIII em diante. Dois fatores motivaram a construção da pesquisa: a falta de estudos no campo da História que abordassem a temática no período recortado em relação à Paraíba e a consciência de que a falta de estudos de ambos os gêneros correlacionados contribui para a permanência de uma cultura social que separa os sexos em rígidas fronteiras. Para o desenvolvimento da pesquisa, adotamos a noção de que a formação das identidades de gênero poderia ser adquirida também via contato com produções culturais a exemplo do jornal, suporte para a circulação de imagens relacionadas a formas de ser feminino e masculino por meio de ideias vinculadas à modernidade. Consideramos também que na Paraíba a modernidade configurou-se de maneira seletiva. Isso porque no período em estudo ela tinha por principal característica a multiplicidade de imagens que se tomavam por realidade a partir das escolhas feitas pelos agentes de opinião via imprensa. A década de 70 do século XIX, momento em que ocorrem a emergência do abolicionismo, do Partido Republicano e o fim do padroado no Brasil, ofereceu, sem dúvida, farto conteúdo à imprensa, que também produziu esses eventos, inclusive relacionando-os às questões de gênero e a ideias de modernidade, conforme poderá ser visto nos capítulos que compõem esta dissertação.