Entre ruínas e memórias: declínio, privatização e abandono da estação ferroviária nova de Campina Grande-PB (1998-2019).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: SANTOS, Jessica Kaline Oliveira.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/29525
Resumo: A estrada de ferro foi uma das maiores invenções modernas do século XIX, modificando as sensibilidades em relação à noção de tempo e espaço, além de permitir novos hábitos, pensamentos e contribuir para o desenvolvimento econômico, demográfico e cultural das cidades. A chegada da ferrovia no ano de 1907 na cidade de Campina Grande possibilitou grandes mudanças; os trilhos marcaram o apogeu de um novo período, despertou o comércio, permitiu o escoamento do algodão para portos do Brasil e do mundo e propiciou mudanças no tecido urbano. Cinquenta anos após a inauguração da primeira estrada de ferro uma nova estação é construída, em oposição à primeira; a Estação Nova surgiu em um contexto de investimento crescente no modal rodoviário, em consequência do crescimento das rodovias as ferrovias paulatinamente perderam sua pujança, culminando na privatização e esfacelamento do patrimônio ferroviário brasileiro. É sobre o cenário da Estação Nova que nos debruçamos com o objetivo de abordar o processo de declínio e abandono causado pela desestatização das linhas férreas, bem como os impactos causados tanto no patrimônio quanto na vida dos trabalhadores dessa estação. Para isso, recorremos a autores como ARANHA (2007), ALMEIDA (1978), STAMPA (2011) e BERMAN (2007). Através do conceito de PROST (1998) pretendemos unir em um só conjunto as discussões envolvendo a esfera social e cultural, assim como o autor, acreditamos que toda história é indissociavelmente social e cultural. Para pensarmos a história da Estação Nova utilizamos as memórias de antigos ferroviários e moradores locais, iconografias, relatórios disponibilizados pelo sindicato dos ferroviários da Paraíba (SINTEFEP) e reportagens de jornais e blogs. O Complexo Ferroviário da Estação Nova mesmo em face do seu abandono público ainda pulsa vida, longe de ser um cemitério as ruínas que constituem esse espaço permitem ancorar as memórias de seus atores sociais, memórias de vida, trabalho; resistência, afetividade e sociabilidade.