Extrativismo e capitalismo: a manutenção, funcionamento e reprodução da economia extrativista do sul do Amapá.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1992
Autor(a) principal: FILOCREÃO, Antonio Sérgio Monteiro.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA RURAL E REGIONAL
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/3613
Resumo: As grandes transformações sócio-econômicas ocorridas nas últimas décadas na Amazônia, resultantes da entrada do Grande Capital na região, apesar de ofuscarem o extrativismo vegetal auto sustentável na dinâmica da economia regional, não levaram ao seu completo desaparecimento, apesar do tratamento marginal, dispensado a este tipo de atividade, no modelo de desenvolvimento implantado na região. Se percebe inclusive, na metade da década de 80, seringueiros, castanheiros, ribeirinhos e índios, se organizando politicamente para frear o processo de destruição da floresta, que o modelo de desenvolvimento impunha para a região. Tornando assim, a revalorização do extrativismo vegetal, como uma bandeira de luta, que alia os "povos da floresta " aos movimentos ambientalistas mundiais, levando a criação de Reservas Extrativistas, como uma proposta de desenvolvimento para as regiões de tradição extrativista. A persistência do extrativismo vegetal, mesmo concorrendo com os Grandes Projetos agroflorestais e minerais altamente subsidiados com os recursos governamentais, suscitou a proposta para um estudo na região Sul do Amapá, tradicionalmente extrativista e atualmente sobre o controle e a influência de um Grande Projeto,o Projeto Jari. O desvendar dos mecanismos externos e internos que garantiram a manutenção, funcionamento e reprodução da economia extrativista do Sul do Amapá, foi o que direcionou a pesquisa de campo, desenvolvida nos anos de 1990/91, onde se procurou estudar profundamente as atuais unidades de produção extrativistas em seu funcionamento e em suas relações com os principais agentes sociais envolvidos com a "riqueza extrativista" da região. Se observa neste trabalho, que os principais mecanismos externos, foram a existência de importantes frações de "capitais amazônicos", remanescentes do Ciclo da Borracha, que nos seus acessos ao mercados internacionais, conseguiram manter vivo o sistema de aviamento, aproveitando as estruturas de apoio ao extrativismo, existentes na região, abandonadas pelo Projeto Jari; a devastação da floresta, que ao destruir castanhais em algumas regiões da Amazônia, criando uma forte demanda por castanha do brasil, que contribue para a persistência do extrativismo, além do não cercamento legal das terras da região. Se verifica também, que as mudanças que ocorreram na organização da produção, onde o trabahador extrativista para um patrão, se transforma era um produtor familiar agro extrativista; o aproveitando da potencialidade existente nos recursos naturais na diversificação da unidade de produção; as dificuldades de acesso do extrativista ao mercado de trabalho que se constituiu na região, e a sua capacidade de organização política, foram os principais mecanismos que garantiram ao seu modo, a manutenção da economia extrativista na região Sul do Amapá.