Desfazendo o estereótipo de bruxa e rompendo o silêncio feminino através do texto literário.
Ano de defesa: | 2023 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Humanidades - CH PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/33633 |
Resumo: | Entendendo a literatura como um espaço também de resistências, propomo-nos a pensar essa arte pelo viés sociológico, buscando compreender como ela pode ecoar pensamentos e difundir ideias. Assim, esta dissertação de mestrado resulta dos estudos a respeito da literatura como forma de ampliar conhecimentos e quebrar paradigmas e estereótipos em torno da representação da personagem bruxa. O corpus deste trabalho é constituído pelo romance histórico Eu, Tituba, bruxa negra de Salem, da autora guadalupense Maryse Condé e os contos: A cartomante e Quem me deu foi a manhã, dos brasileiros Machado de Assis e Marina Colasanti, respectivamente; também, passeamos pelo conto de fadas João e Maria, dos Irmãos Grimm. A escolha de diferentes autores se deu pela necessidade de identificarmos como essas personagens são descritas em literaturas diversas, tanto em época, quanto em estilo, ressaltando-se o olhar da autora em relação ao autor. Neste trabalho acadêmico, intentamos responder à seguinte questão de pesquisa: Como a personagem bruxa foi construída historicamente nas literaturas de culturas distintas e qual o seu reflexo na esfera social? Desse modo, esta pesquisa justifica-se pela necessidade de se contribuir com a formação de leitores críticos e reflexivos, bem como colaborar com a constatação e a relevância de se estudar a construção da mulher bruxa na literatura de diferentes períodos. Nosso objetivo geral é, portanto, refletir sobre a construção social da personagem bruxa na literatura de períodos e culturas distintas; e, os específicos são: 1) Repensar caminhos que possam contribuir futuramente nas aulas de Literatura no ensino básico para a quebra dos estereótipos da figura feminina da bruxa; 2) Identificar qual é a representação da bruxa na Literatura, com o olhar voltado para os elementos históricos e sociais, analisando como essa personagem é caracterizada no romance Eu, Tituba: Bruxa negra de Salem, bem como nos contos A cartomante , Quem me deu foi a manhã e em João e Maria; e por último, 3) Discutir acerca dos aspectos socioculturais que norteiam a história das mulheres. Nossas discussões são ancoradas em Cosson e Paulino (2009), que abordam o letramento literário, bem como a importância de buscá-lo na prática pedagógica, Lajolo (2018) e Colomer (2003), que nos trazem pontos relevantes sobre para a formação do leitor literário. Trazemos aspectos históricos a respeito da caça às bruxas e sobre a história da trajetória feminina ao longo dos anos, para isso tomamos como base as reflexões de Russel e Alexander (2019), Federici (2017) e Perrot (2017). Analisamos as personagens bruxas a partir de teorias feministas e, nesse sentido, nos baseamos na teoria crítica do feminismo decolonial e nas discussões propostas por Vergès (2020), Davis (2013), Ribeiro (2018), hooks (2020), dentre outras fontes. Ainda nos ancoramos nos fundamentamos de Candido (1985), que nos apresenta contribuições pertinentes e precisas a respeito da relação entre a literatura e a sociedade. Os aspectos metodológicos deste trabalho inserem-se no paradigma de pesquisa qualitativa, com caráter interpretativista e documental, de acordo com Sousa Santos (2009). |