Vulnerabilidade da população rural nos municípios paraibanos de Picuí e Sossego frente ao processo de degradação das terras.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: AZEVEDO, Damião Carlos Freires de.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Tecnologia e Recursos Naturais - CTRN
PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS NATURAIS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/16874
Resumo: Variáveis como a dinâmica e organização territorial, além dos diferenciados níveis de desenvolvimento econômico e social são fatores que condicionam a intensidade dos riscos dos atores sociais a um determinado evento perigoso e do nível de vulnerabilidade de uma determinada população ou de um individuo. Parte significativa da população rural residente no semiárido nordestino vive, historicamente, em situações sociais e econômicas excludentes. Tais condições influenciam psicologicamente a percepção de riscos, fazendo com que famílias inteiras, sobretudo das áreas rurais, despojadas de recursos, sem acesso à educação de qualidade, linhas de crédito e sem condições infraestruturais padeçam perante um cenário onde a paisagem é continuamente explorada e assim vivem resignadamente perpetuando uma visão e dimensão subjetiva de qualidade de vida no espaço rural dos municípios paraibanos de Picuí e Sossego. As expectativas herdadas e vivenciadas, os objetivos alcançados e o equilíbrio entre ambos vêm sendo mediados pela personalidade e pelas condições sociais, históricas, culturais e econômicas, base do desenvolvendo dessa população. As condições ambientais, como a dinâmica climática, não podem ser encaradas como limitantes à igualdade social e econômica. Não se pode aceitar e muito menos reproduzir a retórica reducionista de que, em face de um fenômeno natural previsível, como a seca, a população pobre residente em áreas rurais ou mesmo urbanas, apresentem altos níveis de vulnerabilidade social, econômica, tecnológica e à seca. Os riscos decorrentes do processo de acumulação de riqueza, das relações de capital, do processo de ocupação territorial devem ser considerados numa perspectiva histórica, onde as relações econômicas têm levado à exaustação dos recursos naturais e à degradação das terras incutindo riscos ao ambiente e transformando a partir do alto nível de vulnerabilidade da população pobre, a seca não só em uma ameaça, mas em um desastre socialmente construído. Os impactos sociais, ambientais e econômicos causados pelas atividades industriais como as olarias, mineração; econômicas, como agropecuária (com práticas inadequadas de manejo) instaladas no território picuiense e sosseguense são ameaças à população pobre e vulnerável dessa região, cujo enfrentamento deve ocorrer de forma urgente. A análise de imagens de satélites e interpretação de dados sociais, econômicos e ambientais obtidos a partir da aplicação de formulários a um contingente amostral de 5% das famílias rurais residentes nesses municípios evidenciou que a degradação das terras e as condições sociais e econômicas são decorrentes da territorialização do capital (financeiro, agrário e industrial) que potencializam a vulnerabilidade quando a população resignada atribui à sua condição vulnerável a um castigo de Deus.