O que as águas não conseguiram apagar: narrativas de morte e vida de moradores e militantes de Pedro Velho.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: LIMA, Ellen Layanna de.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/28375
Resumo: A comunidade de Pedro Velho no ano de 2004 passou por uma experiência significativa de perda material e simbólica com a chegada das águas da barragem Argemiro Figueiredo (Acauã) na Paraíba. Este fato acarretou o aprofundamento das desigualdades sociais, ao passo que produziu centenas de famílias que além de pobres, ficaram sem terra para manter a atividade agrícola, atividade que garantia o sustento da maioria dos Pedro velhences. Para além de um prejuízo econômico, a população ainda enfrentou a suplantação de bens culturais e a perda de suas referências tradicionais. Nos rumos da história o silencio é uma barreira, a que os vencedores submetem os vencidos, barreiras estas que devem ser rompidas. Acreditando no rompimento das “barreiras do silêncio” esta dissertação contou a história da fatalidade que aconteceu em PV no mês de Janeiro de 2004 e seus desdobramentos a partir do olhar de moradores e militantes. Nossa pesquisa teve como principal ferramenta metodológica a história oral, contamos também com a análise de imagens e fotografias de acervos particulares e do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) como também utilizamos notas da imprensa divulgadas no calor do momento e posteriormente. Na perspectiva teórica defendemos a indissociabilidade entre a história cultural e social, utilizamos autores como Bosi (1994) Cerqueira (2010) Nora( 1993) Benjamin (1994). No fim de nosso percurso, foi verificado que mesmo depois de mais de 10 anos da construção de Acauã, a população ainda enfrenta antigos dilemas das mais diversas origens, incluindo aquilo que tange a má qualidade da terra na qual foram reassentados, o descaso governamental e o principal, e este irrecuperável: O desvinculo com os símbolos do passado construtores de identidades sociais e individuais. Vale retificar que além daquilo que foi apagado pelas águas, este estudo enxerga além, retrata o intocável, o que é para muitos incompreensível, aquilo que as águas não conseguiram apagar: o imaterial, a memória, a narrativa e o saudosismos dos atingidos.