"Urbanismo fantasmagórico” e vida cotidiana, em um conjunto habitacional do programa minha casa, minha vida, em Campina Grande-pb: disputas, resistências e desigualdades.
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Humanidades - CH PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/36232 |
Resumo: | O Conjunto Habitacional Aluízio Campos, na cidade de Campina Grande - PB, foi pensado enquanto “carro chefe” do ambicioso projeto do Complexo Multimodal - espécie de bairro planejado que - para além das moradias, integraria um polo industrial e tecnológico, com promessas de geração de emprego e renda, instituições de educação, pesquisa e inovação, jardim botânico, etc. A construção do habitacional foi divulgada como a maior obra do Programa Minha Casa Minha Vida, no âmbito da Faixa 1 do país. Um projeto inovador, grandioso, que acabou, gerando, também, grandes expectativas entre as famílias cadastradas, aptas a participar do sorteio que definiria os contemplados com moradias no empreendimento. Através da perspectiva do Artesanato Sociológico do Método Qualitativo, com pesquisa documental e abordagem compreensiva dos elementos de pesquisa, esta tese discute o “urbanismo fantasmagórico” - o urbano prometido, mas que não se realiza, pós entrega dos imóveis - efeito de desigualdades, apatia e frustrações, que se produz na vida cotidiana dos moradores do habitacional, em um contexto social marcado por medidas neoliberais de enfraquecimento do Estado e de seu papel planificador, associado aos conflitos e jogos de interesses entre grupos políticos das esferas municipal e estadual. Quatro anos após as entregas dos imóveis, foi identificado um contexto de apatia, com o enclausuramento dos moradores; e baixa interação entre vizinhança; o aprofundamento das desigualdades sociais e educacionais, com alto índice de desemprego, além da quantidade elevada de jovens sem cursar o Ensino Médio, pelo fato de não haver Escolas Estaduais próximas, que contemplem o número de alunos do Aluízio. Este estudo, também discute as estratégias de organização e adaptação nas moradias; e as estratégias de sobrevivência e resistência no conjunto, em detrimento da materialização do sonho da casa própria. A partir das heterogeneidades de perfis observadas, foi identificado que a construção do muro, surge enquanto elemento de distinção social que separa aqueles que, de alguma forma, acreditam ser superiores em relação a alguns vizinhos, lançando mão do debate sobre relações de emprego e renda, acesso à educação, produção de estigmas e sociabilidades, entre vizinhos de um conjunto habitacional popular do PMCMV. |