Exportação concluída — 

Exclusão e mobilização ao pertencimento escolar: o que enunciam as vozes discentes?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: BARRETO, Luciana.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/28715
Resumo: A presente dissertação vincula-se ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Campina Grande, na linha de pesquisa Práticas Educativas e Diversidade cujo objeto de pesquisa foram as significações/sentidos sobre a produção da exclusão escolar e a mobilização ao pertencimento escolar de alunos remanescentes tendo como objetivo geral compreender os condicionantes sociais/escolares sobre a produção da exclusão escolar e a mobilização ao pertencimento escolar e como objetivos específicos, caracterizar a trajetória escolar, vivências, significações e/ou sentidos, de alunos remanescentes; refletir sobre os condicionantes sociais/ familiares e escolares sobre tal produção da exclusão escolar e tal mobilização; e analisar os processos de apropriação da leitura e da escrita desses alunos. A investigação sócio-histórica e do tipo estudo de caso fundamentou-se nas abordagem sócio-histórica de aprendizagem, crítico-dialética de remanescência, dialógica de alfabetização e letramento e de educação contra a barbárie. Os sujeitos da pesquisa foram dois alunos remanescentes; um de seus responsáveis legais; a professora do último ano escolar e uma gestora escolar, com os quais foram aplicados questionários, entrevistas, desenhos, observações participantes em visitas domiciliares e em sessões de leitura e de escrita e análise de documentos escolares. Pela análise microgenética de Vygotsky (1991; 2000; 2010); Molon (2008) e Góes (2000), a pesquisa identificou trajetórias de invisibilidade, indiferença e despertencimento social em uma sociedade excludente, em um Estado produtor de desigualdades e em escolas que intensificam a barbárie social ao promoverem a barbárie escolar. Constatou a intensa pobreza; trabalho infanto-juvenil; violência doméstica; hostilidade, abandono, doença mental parental, enclausuramento; gravidez na adolescência; analfabetismo e precária alfabetização e relações sociais autoritárias como condicionantes sociais/familiares para exclusão física da escola. A infrequência/transitoriedade escolar; visibilidade hostil em relações sociais autoritárias; avaliações classificatórias; presença física na escola com pouca entrada em sua dimensão simbólica; privação e/ou pouca mediação pedagógica qualificada ou mediação desqualificada em práticas alfabetizadoras de sistema de códigos e de letramento autônomo; e barbárie escolar foram identificados como condicionantes escolares desta exclusão. Como possíveis condicionantes da mobilização ao retorno escolar nos discursos discentes verificamos o acolhimento e o pertencimento em relações pedagógicas qualificadas; o acesso qualificado ao lazer/esporte e a interação no brincar com os pares; e a interrupção da hostilidade dos pares. Ademais, a pesquisa revelou que os sujeitos se encontravam em estágio intermediário ou final de alfabetização com subjetividades de dominação, sobretudo no espaço escolar. Contraditoriamente, constatou o discernimento discente de resistência à barbárie em curso e ao exercício da dignidade humana fora e dentro da escola pública. Tais resultados desnaturalizam os conceitos de abandono e de evasão escolar, reprodutores da ideologia da privação cultural e indicam o necessário reconhecimento e visibilidade pedagógica qualificada dos jovens remanescentes e de suas vozes sobre os processos excludentes ou mobilizadores nas barbáries em curso. Isso quando da construção de políticas públicas de Estado de pertencimento e de outras escolas possíveis que prezam pela defesa do direito subjetivo à vida e aos saberes.