Caracterização epidemiológica da leptospirose em equídeos do Nordeste Brasileiro.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: MORAIS, Davidianne de Andrade.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Saúde e Tecnologia Rural - CSTR
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E SAÚDE ANIMAL
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/25659
Resumo: A equideocultura é uma atividade que movimenta bilhões de reais anualmente, havendo um expressivo número desses animais na região Nordeste do Brasil. Tendo em vista os lucros gerados e a sua proximidade com o homem, torna-se evidente a necessidade de preocupar-se com a saúde dos equídeos, principalmente quanto às infecções zoonóticas que podem acometêlos, como é o caso da leptospirose. O capítulo I do presente trabalho objetivou espacializar a soropositividade para Leptospira sp. em equinos provenientes de quatro estados do Nordeste brasileiro, sendo eles Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Foram testadas 1267 amostras de soro de equinos através da Soroaglutinação Microscópica (MAT), sendo que 376 apresentaram anticorpos anti-Leptospira sp., resultando em frequência de 29,7%. Os sorogrupos mais predominantes foram Australis (37,2%) e Icterohaemorrhagiae (29,3%). Ao dividir os estados estudados em mesorregiões, notou-se uma predominância do sorogrupo Icterohaemorrhagiae principalmente nas áreas litorâneas e nos grandes centros urbanos. Na análise univariada, animais mais novos (1 à 5 anos) apresentaram menor soropositividade com relação a animais mais velhos (≥6 anos), assim como os machos comparados às fêmeas. A frequência da leptospirose em equinos do Nordeste foi considerada alta, mostrando uma ampla disseminação da bactéria e riscos tanto para a saúde animal quanto para a saúde pública, apontando para uma necessidade de alerta aos órgãos de vigilância epidemiológica para estabelecer medidas de prevenção e controle dessa zoonose. Com base nos sorogrupos encontrados, recomenda-se melhorias no manejo zoossanitário das propriedades criadoras de equinos, como o controle do ingresso de novos animais e a redução de superlotações, visando reduzir a contaminação intraespécie, e um eficiente controle de roedores, através da desratização e antirratização. O objetivo do capítulo II foi determinar a frequência de anticorpos anti-Leptospira sp. em asininos da raça Jumento Nordestino destinados ao abate para posterior exportação, provenientes de duas propriedades situadas no Sertão de Pernambuco, Brasil. Foram testados 349 animais por meio da Soroaglutinação Microscópica (MAT) e 69 deles reagiram com, no mínimo, título 1:50, resultando em frequência de 19,8%. O sorogrupo mais frequente foi o Icterohaemorrhagiae (40,6%) seguido do Australis (27,5%). Animais com idade ≥9 anos apresentaram menor soropositividade com relação a animais mais novos, podendo este fato ser atribuído a uma possível adaptação dos animais aos sorogrupos com o decorrer do tempo de exposição. A frequência de soropositivos encontrada pode ser considerada significativa levando-se em conta a rusticidade da espécie e as condições adversas do semiárido pernambucano, Nordeste do Brasil. Isso reforça a necessidade de limitar o contato dos asininos destinados ao abate com roedores, evitando-se a criação extensiva e estabelecendo cuidados sanitários com os alimentos fornecidos para esses animais, somando-se ainda a implantação de melhorias nas condições higiênico-sanitárias nas propriedades, com o intuito de reduzir a exposição ao agente e, consequentemente, as chances de seres humanos e outros animais se infectarem.